Equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, liderada por Pedro Neto, está a trabalhar no projeto europeu ColRobot (Collaborative Robotics for Assembly and Kitting in Smart Manufacturing).
A equipa de Pedro Neto é responsável pela interação homem-robô, uma interação que promove a colaboração e partilha de tarefas entre humanos e robôs. O grande objetivo do ColRobot passa pelo “desenvolvimento de robôs colaborativos que possam trabalhar lado-a-lado com os humanos”.
Pedro Neto explica que se pretende “que os humanos possam interagir com os robôs colaborativos da mesma maneira como interagem uns com os outros, de uma forma intuitiva, por exemplo usando gestos”.
O investigador da UC indica que neste trabalho de robôs colaborativos pretende-se explorar “o melhor dos humanos e das máquinas, ou seja, as capacidades cognitivas e de coordenação dos humanos, e a capacidade das máquinas de produzir trabalho monótono e preciso”.
O projeto europeu ColRobot está a ser desenvolvido por um consórcio liderado pela École Nationale Supérieure d’Arts et Métiers – ENSAM ParisTech, de França, e envolve universidades, centros tecnológicos e empresas. O projeto é financiado com 4.338.412,00 euros através do Programa europeu Horizonte 2020.
O consórcio envolve, para além da Universidade de Coimbra e da École Nationale Supérieure d’Arts et Métiers, de Paris, o Instituto Fraunhofer, o Centro Tecnológico espanhol AIMEN, o INESC TEC, a Università degli studi di Modena e Reggio Emilia, de Italia, a spin-off espanhola Technaid S.L, o CITC-Innovation Centre of Contactless Technologies, de França, as empresas francesas Akeoplus e Renault e a Thales Alenia Space.
A partir do próximo mês de fevereiro, a empresa Thales Alenia Space, indústria aeroespacial de produção de satélites, e a Renault, do setor automóvel, vão testar um protótipo do ColRobot.
Pedro Neto indica que “os robôs existentes nas nossas indústrias trabalham dentro de ‘jaulas’, sem interagirem com os humanos”. Mas o ColRobot muda o paradigma, passando a colaborar “com os seres humanos, tirando o melhor de cada parceiro”.
“Prevê-se que os robôs colaborativos tragam vantagens competitivas muito importantes para a indústria Europeia, podendo ser operados por humanos sem conhecimentos técnicos, realizar tarefas ergonomicamente inconvenientes para os humanos, aumentar a flexibilidade produtiva e reduzir custos de produção”, esclarece o investigador Pedro Neto.