Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que 1,9 milhões de pessoas, ou nove em cada dez pessoas, na Faixa de Gaza, estão deslocadas internamente. Muitas das pessoas foram repetidamente deslocadas nove ou 10 vezes, indicou a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, conhecida pela sigla UNWRA.
Continuam a ser relatados ataques das forças israelitas em toda a Faixa de Gaza, com bombardeamentos aéreos, terrestres e marítimos, que resultam mais vítimas civis, deslocação da população e destruição de estruturas residenciais e infraestruturas civis.
A ofensiva terrestre das forças Israelitas continua a expandir-se, com novas ordens de evacuação emitidas, nomeadamente para partes de Khan Younis, afetando um quarto de milhão de pessoas, o que aprofunda a crise humanitária e desestabiliza ainda mais os fluxos de ajuda humanitária.
Dados da Save the Children indicam que algumas mulheres em Gaza estão a induzir o parto para evitar ocorra enquanto se deslocam. Outras mulheres não procuraram cuidados pré-natais essenciais devido à ameaça de bombardeamentos.
É relatado pela Save the Children que algumas mulheres grávidas morreram por falta de acesso a cuidados médicos. Nos últimos nove meses, é estimado que nasceram em Gaza um total de 50 mil bebés, muitas vezes em condições traumáticas, insalubres e indignas, sem serviços básicos.
A ONG, Médicos Sem Fronteiras (MSF), alerta que o Hospital Nasser, o último hospital terciário no sul de Gaza, corre o risco de ficar sobrecarregado com vítimas após o encerramento do Hospital Europeu de Gaza devido às ordens de evacuação israelitas.
Equipas de MSF no Hospital Nasser têm relatado grave escassez de suprimentos médicos, colocando em risco cuidados de saúde essenciais. O número de pacientes no Hospital Nasser aumenta diariamente, ultrapassando a capacidade de leitos em todos os departamentos. No dia 3 de julho, o serviço de pediatria, projetado para 56 leitos, contava com 100 pacientes. O departamento de ortopedia também viu o número de pacientes dobrar nos últimos dias.
A deterioração da situação da segurança civil está a impedir gravemente os agentes humanitários de recolher ajuda na passagem de Kerem Shalom para a distribuir dentro de Gaza. Isto acrescenta-se aos desafios operacionais existentes, incluindo insegurança, infraestruturas danificadas, escassez de combustível e limitação de acessos.