Em Gaza, a situação vai para lá de catástrofe, afirmou o Diretor-Geral da Organização Mundial da saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, com o hospital Al-Awda, no norte de Gaza, sitiado desde domingo, 19 de maio, e “lá dentro, 148 funcionários do hospital, incluindo administradores, profissionais de saúde, empregados e voluntários, juntamente com 22 pacientes e os seus acompanhantes, permanecem presos.”
Tedros Adhanom referiu: “Esta é a segunda vez que o Hospital Al-Awda é sitiado desde o início do conflito”, sendo que “durante a guerra, o hospital sofreu perdas significativas, incluindo a morte de 14 funcionários e ferimentos em dezenas de outros.”
“As intensas hostilidades perto do hospital Kamal Adwan comprometeram a sua capacidade de prestar cuidados e dificultaram o acesso dos pacientes”, e “dado que estes são os únicos dois hospitais funcionais que restam no norte de Gaza, é imperativo garantir a sua capacidade de prestar serviços de saúde”, disse Tedros Adhanom.
“Em Rafah, continuam a ocorrer pesados ataques militares e o número de vítimas aumenta”, e Tedros Adhanom lembra que “as pessoas tiveram a opção impossível de permanecer num local que está sendo atacado ou de se mudar para outro local, que também não é seguro”.
Até agora “mais de 800 000 pessoas já fugiram, mas muitas centenas de milhares permanecem”, em Rafah.
Numa situação de constantes ataques “os hospitais de Rafah ficaram sobrecarregados e o hospital de An-Najjar teve de fechar, o que significa que há menos 220 camas hospitalares para feridos e doentes”.
A todas as dificuldades junta-se que “as passagens do Egipto para Gaza permaneceram fechadas durante duas semanas, cortando o gasoduto principal para abastecimento de saúde de emergência para Gaza.”
“Por toda Gaza, o impacto das incursões e das ordens de evacuação está a ser sentido” e Tedros Adhanom, descreve que “seis hospitais e nove centros de saúde primários foram afetados. Mais de 70 abrigos perderam agora o acesso aos seus pontos médicos” e “as consultas diárias caíram perto de 40% e a imunização 50%.”
“Aproximadamente 700 pacientes gravemente doentes, que de outra forma teriam sido evacuados para cuidados médicos noutro local, estão presos numa zona de guerra”, e a tudo “o povo de Gaza enfrenta a fome”. Em face da situação o Diretor-Geral da OMS pede a Israel para levantar o bloqueio e a permitir a passagem da ajuda.