Federalistas Europeus reforçam apelo para criação dos Estados Unidos da Europa

Federalistas Europeus reforçam apelo para criação dos Estados Unidos da Europa
Federalistas Europeus reforçam apelo para criação dos Estados Unidos da Europa

Quando se aproximam as eleições europeias, marcadas para de 6 e 9 de junho de 2024, a União dos Federalistas Europeus (UEF), juntamente com a Associação Jean Monnet, o Grupo Spinelli, os Jovens Federalistas Europeus (JEF-Europa) e Guy Verhofstadt – eurodeputado, antigo primeiro-ministro da Bélgica, que liderou os trabalhos de elaboração do Relatório do Parlamento Europeu com as propostas de reforma dos Tratados na sequência das conclusões da CoFoE (Conferência sobre o Futuro da Europa), lança um Manifesto/Apelo dirigido aos cidadãos e forças políticas para o relançamento do Comité de Ação para os Estados Unidos da Europa.

O que está em jogo nas eleições europeias de 6 e 9 de Junho

Para os Federalistas Europeus as eleições europeias de junho de 2024 são consideradas de extraordinária importância para a União Europeia e para os cidadãos europeus. Pois segundo os Federalistas está “em jogo está o nosso futuro”.

“No mundo, assistimos ao regresso das potências imperiais, estamos ameaçados por uma guerra no nosso continente e pelo perigo da sua expansão, enquanto a democracia está sob ataque; e, ao mesmo tempo, temos de enfrentar o desafio da Inteligência Artificial, das alterações climáticas, dos grandes fluxos migratórios e do aumento das desigualdades. Neste quadro, a soberania dos Estados europeus e a sua capacidade de ação política independente são mais insignificantes do que nunca”, indicam os Federalistas Europeus.

“Confrontados com uma mudança tão profunda na história política do nosso continente, e com riscos tão dramáticos que ameaçam a nossa sociedade”, os promotores do Manifesto/Apelo, referem: “Sentimos que é nosso dever unir numa rede reconhecível as pessoas que acreditam que a solução é a Federação Europeia”.

Os Federalistas querem relançar o Comité de Ação para os Estados Unidos da Europa, e para isso lançam um apelo aos cidadãos e aos partidos nas vésperas da votação pela renovação do Parlamento Europeu, esclarecendo e alertando para o seguinte:

Participação. Em primeiro lugar, queremos lembrar aos cidadãos a importância do seu voto nas eleições europeias de Junho. A democracia funciona e prospera graças à participação dos cidadãos e assenta na legitimidade e na confiança que os cidadãos atribuem às instituições. A participação na votação é o primeiro e fundamental ato neste sentido. Se quisermos poder contar com a União Europeia para salvaguardar a nossa segurança militar, económica e social – porque estas são áreas em que devemos agir unidos e nas quais os Estados individuais são agora impotentes -, é crucial que o consentimento e a vontade dos cidadãos manifesta-se nas eleições.

Escolha pró-europeia. A escolha expressa na votação é igualmente fundamental. Algumas forças políticas apontam a Europa como a causa dos nossos problemas e apelam ao seu desmantelamento, para deixar os Estados mais livres. Mas livre para fazer o quê? Simplesmente para lutarem entre si, para se oporem uns aos outros com base na tentativa de fazer valer os seus próprios interesses nacionais. Seríamos mais fortes desta forma e capazes de superar os desafios que temos pela frente? Os partidos que querem enfraquecer a União Europeia confundem o egoísmo com a liberdade, que, pelo contrário, se exerce onde as instituições o garantem, respeitando os interesses de todos, ao mesmo tempo que promovem o bem comum e a solidariedade. É por isso que é importante compreender que os partidos extremistas não estão apenas a pôr em perigo a União Europeia, mas também os povos da Europa e cada um de nós individualmente; e, em vez disso, apoiar os partidos políticos que estão empenhados na construção de uma União Europeia mais unida, mais capaz de agir e de proteger os seus cidadãos.

Debate Pan-Europeu. As forças políticas pró-europeias devem ser capazes de falar aos cidadãos sobre os desafios e soluções europeus. Por isso, apelamos a que desenvolvam um debate europeu para que os eleitores possam compreender a dimensão transnacional dos desafios, desenvolver uma consciência do destino comum e também do potencial representado por uma Europa mais forte, onde a cultura e a criatividade desempenhariam um papel mais importante.

Em direção aos Estados Unidos da Europa. As famílias políticas pró-europeias apoiaram o projeto do Parlamento Europeu de alterações aos Tratados em Novembro de 2023, escrito sob a liderança e programa do Grupo Spinelli, em linha com as exigências dos cidadãos expressas durante a Conferência sobre o Futuro da Europa. Consequentemente, estas forças políticas incluíram também nos seus manifestos eleitorais a reforma dos Tratados, que é fundamental para a continuação da federalização da União.”

Os Federalistas fazem um apelo aos grupos parlamentares pró-europeus reconstituídos após as eleições europeias para que condicionem a eleição do Presidente da Comissão e dos seus colegas ao apoio ao lançamento de uma Convenção para a reforma federal dos Tratados.

Um apelo também ao Conselho Europeu de 27 e 28 de junho de 2024 para que aja rapidamente sobre a proposta do Parlamento Europeu, em conformidade com o artigo 48.º do Tratado da União Europeia, e concorde em organizar uma Convenção Constitucional. Isto é absolutamente necessário para dotar a União Europeia das competências, incluindo no domínio da defesa, dos recursos e dos mecanismos institucionais e de tomada de decisão necessários para agir com autoridade e eficácia, interna e externamente, e para proteger os valores e interesses da Europa e dos seus cidadãos.

Os Federalistas Europeus consideram que “a maioria das soluções para as nossas preocupações e muitas das nossas esperanças serão decididas de 6 a 9 de junho de 2024, com a votação europeia. Todos devem sentir claramente esta responsabilidade e compreender a importância do que está em jogo. Agora, tal como em 1941 e 1950, os nossos esforços criativos serão tão elevados quanto os desafios e perigos que a Europa e o Mundo enfrentam.”