Quando se celebra o Dia Nacional da Reabilitação Respiratória, dia 21 de abril, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) é importante que se assinale o Dia dado ser uma data que destaca “o elevado valor da reabilitação respiratória no tratamento de doenças respiratórias”, referiram as médicas pneumologistas Susana Clemente e Inês Faria.
A reabilitação respiratória “é, sem dúvida, uma terapêutica extremamente potente, em muitos casos com uma eficiência superior à da terapêutica farmacológica”, esclareceram as pneumologistas.
Dia Nacional da Reabilitação Respiratória permite: “Chamar a atenção dos doentes e da população em geral, aumenta a consciencialização sobre a sua importância e benefícios para os doentes respiratórios. Permite, ainda, atrair o interesse de entidades pagadoras, seguradoras e a vontade política para a importância de garantir o acesso equitativo a estes programas para todos os doentes que deles possam beneficiar”, destacaram as duas médicas.
Neste mês de abril em que também se assinalou o Dia Mundial da Atividade Física, a 6 de abril, e o Dia Mundial da Saúde, em 7 de abril, a SPP destaca a ligação entre estes três conceitos: saúde, desporto e reabilitação respiratória. “Os três conceitos estão naturalmente ligados e convergem na promoção e manutenção da saúde”.
“A atividade física, o exercício regular e a prática desportiva não só promovem a saúde respiratória, cardiovascular e muscular, como também a saúde em geral, física e emocional. Quando já existem problemas respiratórios, a reabilitação respiratória desempenha um papel crucial na recuperação funcional, na melhoria da qualidade de vida e do estado de saúde. Doentes que outrora eram desencorajados a fazer exercício devido às limitações que apresentavam, hoje têm indicação formal para o incluir nos seus cuidados diários”, referem as médicas pneumologistas.
No mês também se comemora no país o Dia da Liberdade, o facto de muitos dos doentes respiratórios se sentirem privados da liberdade básica que é respirar precisamente por terem desenvolvido uma doença respiratória. Contudo, a reabilitação respiratória permite-lhes recuperar alguma dessa liberdade – permite-lhes recuperar função respiratória assim como a capacidade para fazerem uma série de atividades que foram deixando de fazer.
Um dos aspetos que a SPP tem vindo a destacar, é a dificuldade de acesso dos doentes aos programas de reabilitação respiratória, uma terapêutica cuja eficácia e segurança estão já demonstradas no tratamento dos doentes respiratórios. A reabilitação respiratória consiste numa intervenção multidisciplinar, supervisionada por um médico, e que trata pessoas com doenças respiratórias crónicas, ajudando-as a respirar mais eficientemente, a melhorar a sua capacidade de exercício e a qualidade de vida.
Mas, as médicas pneumologistas destacam que se tem assistido a um crescimento da oferta destes programas e da sua prescrição por parte dos profissionais de saúde, e esclarecem que “à medida que a importância da reabilitação respiratória no tratamento de diversas doenças respiratórias se torna mais evidente e incontornável, os próprios profissionais de saúde, incluindo médicos, fisioterapeutas e enfermeiros, estão cada vez mais conscientes dos seus benefícios e segurança como parte integrante do tratamento dos doentes respiratórios. A maior procura gera mais oferta e, efetivamente, a disponibilidade de programas de reabilitação respiratória em hospitais, clínicas e centros de saúde tem vindo a crescer. No entanto, ainda estamos longe do cenário ideal e ainda existem inúmeros desafios e barreiras a ultrapassar”.
Na impossibilidade de acederem a programas de reabilitação respiratória, as especialistas evidenciam que “os doentes respiratórios podem adotar várias estratégias para se manterem fisicamente ativos e não se deixarem acomodar pelas limitações das suas doenças”, no entanto, é fundamental salientar que apesar de a prática de exercício físico poder beneficiar muitos doentes respiratórios, “é importante adaptar o tipo e a intensidade do exercício às particularidades de cada um e à gravidade da sua condição respiratória. É essencial consultar um pneumologista que poderá aconselhar o doente de forma personalizada com o objetivo de maximizar os benefícios do treino de exercício e minimizar eventuais riscos”.