Por toda a Faixa de Gaza houve relatos de que continuaram a verificarem intensos bombardeamentos e operações terrestres israelitas, bem como intensos combates entre forças israelitas e grupos armados palestinianos do Hamas, em particular na área de Hamad, em Khan Younis. Ataques que resultaram em mais vítimas civis, deslocação da população e destruição de casas e outras infraestruturas civis.
Entre a tarde de 14 de março e as 10h30 de 15 de março, dados do Ministério da Saúde de Gaza indicam que 149 palestinianos foram mortos e 300 palestinianos ficaram feridos. No global, entre 7 de outubro de 2023 e as 10h30 de 15 de março de 2024, pelo menos 31.490 palestinianos foram mortos em Gaza e 73.439 palestinianos ficaram feridos.
Entre as tardes de 14 e 15 de março, não houve relato dos militares israelitas de que tenha sido morto algum dos militares em Gaza.
Entre os incidentes mortais relatados em 13 e 14 de março estão os seguintes:
■ No dia 13 de março, por volta das 20h00, seis palestinianos terão sido baleados e mortos e outros feridos enquanto esperavam por fornecimentos de ajuda na rotunda Al Kuwaiti, na entrada da cidade de Gaza.
■ No dia 14 de março, por volta das 7h00, sete palestinianos terão sido mortos e outros feridos quando foi atingida uma casa no Campo de Refugiados de Al Bureij, Deir al Balah.
■ Em 14 de março, 20 palestinianos terão sido mortos e mais de 155 outros ficaram feridos, enquanto esperavam por ajuda humanitária na rotunda Al Kuwaiti, à entrada da cidade de Gaza.
Em 14 de março, o Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou que a OMS e os seus parceiros tinham entregado no dia anterior fornecimentos médicos suficientes para 80.000 pacientes ao Hospital Al Aqsa em Deir al Balah.
Cerca de 140 profissionais de saúde, 70 por cento dos quais voluntários atendem 650 pacientes hospitalizados, além de cerca de 250 pacientes diariamente nas urgências. Além das necessidades de serviços de saúde, o hospital enfrenta dificuldades com água, saneamento, higiene e gestão de resíduos, com cerca de 7.000 pessoas deslocadas internamente abrigadas em dois dos armazéns do hospital.
Al Aqsa é um dos 12 dos 36 hospitais em Gaza que permanecem parcialmente funcionais. Destes, apenas dois prestam serviços de maternidade, embora estime-se que cerca de 180 mulheres deem à luz todos os dias em Gaza, e que 21.000 tenham dado à luz desde o início do atual conflito.
O UNFPA forneceu suprimentos básicos a um médico que montou operações numa tenda num local estabelecido para 40 mil deslocados internos em Rafah. Mohamed Ragab trabalhava como ginecologista e obstetra no Complexo Médico Nasser em Khan Younis, antes que os danos ao hospital o tornassem inoperante, após uma operação militar israelita em fevereiro.
Atualmente a tratar cerca de 70 mulheres todos os dias, o médico afirmou que a sua operação “pode ser o único local nos campos de deslocados onde podemos prestar cuidados pré-natais e de gravidez”.
O Diretor-Geral da OMS concluiu que “as condições em que as pessoas em Gaza recebem cuidados de saúde são desumanas. Reiteramos nos termos mais enérgicos o nosso apelo: proteger a saúde e as infraestruturas civis; permitir a nós e aos parceiros um acesso humanitário seguro e sustentado; [e] por um cessar-fogo.”
A crise da fome em Gaza está a agravar-se, tornando quase toda a população dependente de ajuda alimentar que continua insuficiente para responder às crescentes necessidades. O Coordenador Humanitário, Jamie McGoldrick, enfatizou que o transporte rodoviário é a única solução para aumentar o fluxo de ajuda.
Esta semana, o PAM entregou 88 toneladas métricas de cestas alimentares e farinha de trigo a 25 mil pessoas no norte de Gaza, ao mesmo tempo que alertava que “a fome é iminente” se o montante da ajuda à área não aumentar “exponencialmente”. Durante as primeiras duas semanas de março, 12 missões de ajuda humanitária ao norte de Gaza foram facilitadas pelas autoridades israelitas, seis foram negadas e seis foram adiadas.