Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam que Portugal registou no mês de janeiro de 2024, um aumento no número de empregados em 36.300, correspondente a mais 0.7%, relativamente ao mês de dezembro de 2023.
A população ativa também verificou um aumento de 37.500 pessoas, o equivalente a mais 0,7%, que de acordo com a análise da empresa Randstad indica que ambos os valores atingiram o seu maior valor histórico desde 1998. Uma subida teve origem no aumento simultâneo da população empregada e da população desempregada. Já a taxa de desemprego manteve-se relativamente ao mês anterior, situando-se nos 6,5% pelo segundo mês consecutivo.
Por género, os dados revelam que mais 5.100 mulheres passaram a estar em situação de desemprego, correspondendo a mais 2,8%. Por outro lado, 3.900 homens deixaram de estar desempregados, o que equivale a uma diminuição de 2,4% nos homens. Em termos de faixa etária, verificou-se a diminuição do desemprego nos adultos no grupo dos 25 aos 74 anos, com uma redução em 1.500 indivíduos.
A Randstad refere que a análise interanual mostra que existiu um aumento no número de empregados em 97.800 profissionais, o que se traduz num aumento de 2,0% face a janeiro de 2023. Foi também registada uma subida na população ativa, que aumentou em 76.100 pessoas, ou seja mais 1,4%. A taxa de emprego apresentou uma queda de 0,5% na comparação homóloga, situando-se nos 64,1%.
A análise da Randstad conclui que nos países em que o setor dos serviços tem um peso elevado, é relativamente comum o aumento dos níveis de desemprego nos meses de janeiro. Em Portugal, há mais de 20 anos que se registam subidas mensais do desemprego neste mês, segundo os dados do IEFP. Esta tendência pode ser explicada por fatores relacionados com a sazonalidade do emprego. Por exemplo, várias empresas reduzem a força de trabalho que foi contratada para atender à procura sazonal durante a época de aumento de compras e celebrações de Natal. Outras empresas retomam as suas atividades normais após as férias e, devido a reestruturações organizacionais comuns no início do ano, são feitas demissões. Além destes fatores sazonais, em janeiro, muitos trabalhadores desempregados que estiveram temporariamente fora do mercado de trabalho durante as festas, retomam à procura de emprego ativa registam-se como desempregados nos centros de emprego nacionais.
Para a Randstad, os dados do IEFP também mostram que o comportamento mensal foi crescente para os pedidos de emprego, mas também para o número de desempregados registados, que foi de mais 5,5% face ao mês anterior e maior para as mulheres do que para os homens.
Estes dados evidenciam ainda que, comparativamente ao mês anterior, verificou-se um aumento do desemprego na Área Metropolitana de Lisboa, em mais 8.224 pessoas, ou seja, mais 8,2%, no Norte, mais 4.791 pessoas, isto é, mais 3,9% e no Centro, mais 2.110 pessoas, o que equivale a mais 5,0%.
“É relativamente comum observar um aumento de desemprego em janeiro na maioria dos países que apresentam uma estrutura económica na qual o setor dos serviços se destaca, e o que vimos é que são setores como a restauração ou o retalho que registam um maior aumento. Ainda assim, podemos dizer que o mês de janeiro foi positivo para o emprego mas que o clima de incerteza vai continuar a marcar o panorama do mercado de trabalho. Conhecer os números do emprego torna-se cada vez mais importante para que as organizações sejam capazes de construir as suas estratégias de atração e retenção de talento”, comentou Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal, citada em comunicado pela empresa.