Só o chamado “quarto poder” em Portugal ou seja as televisões, neste caso, parecem eternizarem-se ao longo de décadas com os mesmos diretores, editores, etc…
Não estou a falar da legitimidade de possuir um negócio televisivo ou até da propriedade legítima de quem se esfalfou a trabalhar para o pôr de pé… estou a falar de uma saudável rotatividade que poderia existir de quem ao longo de anos vai vendo governos e protagonistas a entrar e sair… e vai criando cumplicidades e conivências criando o chamado “sistema” a que chamo ironicamente neste artigo de “endogamia televisiva”.
Esta “endogamia” de anos de namoro entre jornalistas e políticos leva a que a renovação dos protagonistas políticos seja cada vez mais difícil e as injustiças e incoerências com quem precisa de visibilidade política por não pertencer ao “sistema” seja cada vez mais difícil.
Ódios e amores entre políticos e jornalistas em muitos casos vai tornando cegas ambas as classes que passam a achar que a exaltação ou destruição de ambos é sempre mais importante que Portugal ou que os assuntos que realmente interessam ao país.
Há também as injustiças criadas por esta “endogamia” que em alguns casos chega a ser realmente mantida subtilmente com amizades, laços familiares e favores políticos que degradam a democracia.
Os militantes mais antigos do país e empresários com um papel na comunicação social deveriam estar mais atentos à qualidade da nossa democracia e saber que o quarto poder também precisa de renovação… precisamente porque é um poder… e o poder toda a gente sabe o que provoca…
Autor: Paulo Freitas do Amaral, Professor de História e Membro da comissão instaladora do partido Nova Direita