Com os bens essenciais a esgotarem-se em Gaza, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou, no Egito, ao acesso humanitário ao enclave sitiado de Gaza.
António Guterres declarou: “Durante quase duas semanas, a população de Gaza ficou sem quaisquer abastecimento de combustível, alimentos, água, medicamentos e outros bens essenciais. A doença está espalha-se. Os bens estão a diminuir. As pessoas estão a morrer”,
O secretário-geral da ONU descreveu a situação como “um momento de crise profunda” que teve início com o desencadear dos “atrozes” ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro, que resultou no cerco e nos bombardeamentos a de Gaza, por Israel.
Ações em que “as forças israelitas estão a dificultar os esforços médicos para resgatar os feridos de casas e edifícios demolidos devido ao ataque direto de ambulâncias e à destruição de estradas que levam aos hospitais”, referiram as autoridades de saúde de Gaza.
O número de mortos, vítimas do ataque israelitas, referem as autoridades de saúde de Gaza, aumentou para 3.785 mortes, incluindo 1.524 crianças, 1.000 mulheres e 120 idosos, além de 12.493 pessoas feridas, incluindo 3.983 crianças e 3.300 mulheres.
Os bombardeamentos de Israel a Gaza já terão morto 44 médicos e ferimento de 70, referiram as autoridades de saúde de Gaza, que também indicaram que “19 unidades de saúde foram direta ou indiretamente visadas, forçando a interrupção do trabalho em 14 centros de saúde”.
“Todas as instalações de saúde correm o risco de paralisação total devido a cortes de energia e à grave escassez de combustível”, como é o caso do Hospital Yemen Al-Saeed, em Jabalia, que interrompeu os servições básicos. Também o Hospital Beit Hanoun, Hospital Infantil Dora, Hospital Karama e Hospital Oftalmológico Internacional, tiveram de interromper os serviços.
Como referem as autoridades de saúde de Gaza “os hospitais na Faixa de Gaza enfrentam uma grave sobrecapacidade de leitos de 150% ou mais, com pacientes deitados no chão ou nos corredores das enfermarias”.
Entretanto, o Ministério da Saúde Palestiniano está a concentrar as suas energias em continuar a prestar serviços de cuidados primários em 18 centros de saúde”, que lutam com a inexistência de “stocks de medicamentos, consumíveis médicos e combustíveis”.
“Qualquer atraso adicional na entrega de bens médicos à Faixa de Gaza levará a mais mortes e ferimentos evitáveis”, o Ministério da Saúde Palestiniano apelou “às forças israelitas para que cessem imediatamente o fogo contra o pessoal médico, hospitais, ambulâncias e locais onde os cidadãos que foram forçados a abandonar as suas casas procuravam segurança”.