O Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, referiu que tal como todo o mundo, todos na OMS estão chocados, consternados e tristes com o conflito em Israel e em Gaza.
Pois, refere o Diretor-Geral, se os ataques do Hamas e de outros grupos armados no dia 7 de outubro, que tiveram como alvo civis israelitas, foram horríveis e injustificáveis, a OMS está seriamente preocupada com a saúde e o bem-estar dos civis em Gaza, que sofrem com os bombardeamentos e o cerco.
“Ao abrigo do direito humanitário internacional, todos os intervenientes armados são obrigados a proteger ativamente os cuidados de saúde” e “a bomba que atingiu o Hospital Al Ahli, na cidade de Gaza, na noite de terça-feira, e a perda de vidas que causou, independentemente de quem foi o responsável, não podem ser toleradas”, referiu Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A equipa da OMS em Gaza, mesmo apesar dos ataques aéreos e dos riscos para a sua própria segurança, “entregou material médico vital, suficiente para cuidar de 2.000 pacientes. Mas é necessário muito mais”, e o Diretor-Geral acrescentou: “Na semana passada, no Cairo, encontrei-me com o Presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, que concordou em facilitar a entrega de material médico a Gaza através da passagem fronteiriça de Rafah”.
Um avião carregado de suprimentos médicos já chegou ao Egito a partir do centro logístico da OMS no Dubai, ao longo da próxima semana estão previstos mais quatro voos, com 40 toneladas métricas de suprimentos, anunciou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Os bens médicos “incluem medicamentos para traumas para tratar pacientes feridos, medicamentos para pessoas com diabetes, cancro e doenças cardiovasculares, e outros produtos de saúde essenciais para servir as necessidades de 300 mil pessoas, incluindo mulheres grávidas”.
Israel comprometeu-se a não bloquear a entrada em Gaza de água, alimentos e medicamentos provenientes do Egipto. Mas o Diretor-Geral da OMS referiu que “o combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e centrais de dessalinização – e instamos Israel a adicionar combustível aos fornecimentos vitais autorizados a entrar em Gaza”.
A OMS está a trabalhar com as Sociedades do Crescente Vermelho do Egito e da Palestina para entregar os bens de saúde a Gaza assim que a passagem de Rafah for aberta, que indica Tedros Adhanom Ghebreyesus será amanhã, dia 20 de outubro.
Para além do apoio ao apelo do Secretário-Geral das Nações Unidas para um cessar-fogo humanitário imediato, a OMS apela “à libertação imediata e segura dos reféns apreendidos e levados para Gaza pelo Hamas e outros grupos armados, entre eles crianças, idosos e aqueles que necessitam de cuidados médicos urgentes.”
Tedros Adhanom Ghebreyesus indicou que a OMS continua a apelar a Israel e ao Hamas para que cumpram as suas obrigações ao abrigo do direito internacional de proteger os civis e os cuidados de saúde, bem como apela a Israel para que restabeleça o fornecimento de eletricidade e água.
O Diretor-Geral da OMS concluiu referindo que “balas e bombas não são a solução para esta situação. A guerra só trará destruição e horror, e não contribuirá em nada para tornar a região mais segura – na verdade, é o contrário”.