Terminou mais uma edição do Apps for Good. Esta nona edição contou, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, com dois Momentos Pitch, na manhã e ao início da tarde, de hoje, 25 de setembro de 2023, onde os participantes apresentaram as soluções finalistas do programa.
As soluções finalistas respondem a alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas como: Erradicar a Fome, Saúde e Qualidade, Educação de Qualidade e Trabalho Digno e Crescimento Económico, Reduzir as Desigualdades, Cidades e Comunidades Sustentáveis, Produção e Consumo Sustentáveis, Ação Climática, Proteger a Vida Marinha, Proteger a Vida Terrestre e Paz, Justiça e Instituições Eficazes.
Verificou-se que todos os projetos tecnológicos desenvolvidos por alunos e professores foram apresentados ao público durante o Momento Marketplace, e que facilitou um contacto direto com cada solução encontrada por cada uma das equipas.
O Diretor-Executivo do CDI Portugal, João Baracho, moderou o H(À) Conversa em Palco!, que contou com a presença do Secretário de Estado da Educação, António Leite, e de Carlos Vargas-Tamez, Chefe de Secção da UNESCO para o desenvolvimento dos professores e Head da Taskforce de professores para a educação 2030.
Durante a exposição foram abordados temas como os problemas do setor da educação e de como a transformar. Uma dos temas abordados foi a falta de docentes, tanto a nível nacional como global.
“Não conseguimos ter educação sem professores”, afirmou Carlos Vargas-Tamez, e acrescentou que os profissionais são “peça fundamental para a transformação da educação”. E indicou que tem de haver uma mudança de mindset para uma maior retenção de professores, uma vez que os seus salários “não são competitivos o suficiente”.
O Secretário de Estado da Educação assegurou que Portugal precisa dos professores, embora tenha reconhecido que a profissão “tornou-se menos sexy”. O governante divulgou que o país enfrenta um desafio em que “temos mais professores a Norte e mais estudantes a Sul”.
Sobre a utilização da tecnologia no setor da educação, Carlos Vargas-Tamez indicou que na sua opinião tudo depende da forma como a usamos para cumprir o propósito da educação. Também António Leite lembrou que, tal como é necessário ensinar os alunos a escrever e a ler, também o mesmo se aplica à tecnologia.
António Leite recusou também a ideia de que o digital poderá substituir os docentes, e afirmou: “Devemos apostar nas competências digitais de cada um, mas isto não faz sentido sem a educação”. O governante concluiu com um elogio ao programa por promover a tecnologia no bom sentido, e referiu: “Aquilo que a Apps for Good procura fazer é associar a tecnologia ao bem. E, se mais não fosse por isso, merece o nosso apoio”.
Na sessão de encerramento da nona edição do Apps for Good foram entregues os Prémios:
■ Na linha do Básico, o primeiro lugar foi entregue à solução 4AiJobs, da Escola Secundária de São Lourenço de Ermesinde. A solução apresentada pretende servir como um ponto de sensibilização e de informação acerca das vantagens para empregadores em recrutar pessoas com deficiências ou limitações.
O segundo à Snap Work, da Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico, com app para facilitar a contratação temporária de pessoas para serviços de hotelaria e turismo, de forma a responder ao crescimento turístico na ilha do Pico.
O terceiro prémio foi atribuído à solução Match2Learn, da Escola Secundária Fernando Namora da Amadora, pelo programa mentor-mentorando, em que alunos da mesma ou de outras turmas se oferecem para ajudar outros alunos.
■ Na linha do secundário, a Genius – Fralda Inteligente, da Escola Secundária de Nelas venceu o primeiro prémio com a criação de uma fralda inteligente destinada a pessoas acamadas, de forma a melhorar a qualidade de vida e conforto do paciente, através da monitorização e medição contínua de certos níveis, detetando quando a fralda necessita de ser trocada.
A solução COME in Guide, da Escola Secundária Dr. Ginestal Machado de Santarém, levou o segundo prémio para casa com a app de apoio a imigrantes no território nacional, com acesso a serviços, núcleos por nacionalidade e Banco de Horas.
Em terceiro lugar ficou a Conpact – Orgs Connected, da Escola Secundária Amato Lusitano de Castelo Branco, cuja ideia visa beneficiar as associações dos Municípios oferecendo uma plataforma intermediária que permite facilitar a gestão e a partilha de recursos entre elas.
O Prémio Cooler Planet – dedicado às soluções que ajudam no combate às alterações climáticas – teve como vencedor a solução Caudalímetro Inteligente, da Escola Secundária Infante D. Henrique do Porto, cujo dispositivo funciona como elemento persuasivo para consumos de água domésticos prolongados ou para detetar fugas de água.
O Prémio Climate & Energy – dedicado às soluções que incentivem a sustentabilidade ambiental e propostas disruptivas na energia – foi entregue à solução PowerPool, da Escola Secundária Adolfo Portela de Águeda, e o Prémio Tecnológico – dedicado à solução tecnológica mais robusta tecnologicamente – foi entregue à solução Conpact – Orgs Connected.
O Prémio Digital Young Women, Synopsys, para sensibilizar e atrair raparigas para a tecnologia foi entregue a Andreia Ramos, e a Leonor Lázaro com o Prémio Jovem Aluna.PT. Ambas da solução Take Care of Me, da Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves de Vila Nova de Gaia, que se baseia num jogo multiplayer que simula a realidade, em que o cuidador adota uma criança (virtual) e onde é possível a angariação de fundos para ajudar organizações sem fins lucrativos que apoiem a educação e o bem-estar de uma criança (real).
O Prémio do Público – dedicado à solução que reúne mais votos do público – foi entregue à solução Rodas Controladas, da Escola Básica Júlio Brandão de Vila Nova de Famalicão, voltada para aqueles que enfrentam limitações motoras, onde é fornecida ajuda em tarefas básicas da vida e onde é permitida uma deslocação em segurança.
E, por fim, o Prémio Vencedor 2.0 – dedicado à solução vencedora da equipa de alunos da linha 2.0 que voltaram a participar na competição – foi entregue à solução PixBomBom, da EB 1,2,3/S Cardeal Costa Nunes – Sede UO, cuja app vende bombons originais, diverte os clientes com alguns jogos educativos e inclui a possibilidade de os clientes receberem vouchers para viajar para os Açores.
O programa Apps for Good juntou projetos de todo o país com o intuito de resolver problemas sociais, através dos Encontros Regionais Norte, Centro-Sul e Madeira, e Açores, e contou com a presença de 25 equipas finalistas – 22 equipas da linha 1.0 (que participaram pela primeira vez na competição) e 3 equipas da linha 2.0 (que voltaram a competir com a mesma ou uma nova solução).