Reis de Espanha foram recebidos na Câmara Municipal de Lisboa pelo Presidente Fernando Medina que os saudou pela visita a Lisboa e aos Paços do Concelho, para logo de seguida expressar um particular reconhecimento pela forma como Filipe VI tem “marcado o início do seu reinado, como referencial de estabilidade política e como promotor da imagem de Espanha”.
As relações com Portugal foram sublinhadas por Fernando Medina, referindo que Filipe VI tem demonstrado um “cuidado afeto” nessas relações, lembrando que é a segunda visita que faz a Portugal em menos de um ano.
Depois de lembrar que os dois países partilham uma história única no quadro europeu, e que os encontros e desencontros moldaram os dois povos, “mais do que muitas vezes reconhecemos”, nos últimos 40 anos “caminhamos lado a lado” com os dois países na atual União Europeia.
Fernando Medina referiu que agora é tempo de “promover o investimento, o comércio e os fluxos turísticos” entre os dois países, e acrescentou ainda que é tempo de “reforçar o ensino das línguas, promover a troca e a fruição cultural”.
No âmbito da cultura, o Presidente da Câmara de Lisboa lembrou que “Lisboa vai voltar a acolher a ARCO (de Madrid), dando mais um passo para a criação da ‘2ª casa’ da principal feira de arte contemporânea da Europa”.
Outro evento que Fernando Medina fez questão de destacar “que Lisboa será, já no próximo ano, Capital Ibero-Americana da Cultura”, e por isso “a casa para mais de 400 artistas e 80 instituições, oriundos de 16 países do mundo Ibero-Americano”.
No domínio das iniciativas conjuntas entre Portugal e Espanha, vai ser “constituída a ‘Rede Mundial das Cidades Magalhânicas’ que visa comemorar o 5º centenário da primeira viagem circum-navegação de Fernão de Magalhães”, foi também indicado por Fernando Medina.
O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa entregou a Chave de Honra da Cidade a Filipe VI, que recebeu também uma oferta das crianças da Escola EB Adriano Correia de Oliveira, dos Olivais, Lisboa.
O Rei Filipe VI lembrou que a Câmara de Lisboa honrou Espanha recebendo o seu pai, o Rei Juan Carlos e o seu bisavô Afonso XIII, em 1903, naquele mesmo Salão Nobre.
“Depois de 113 anos, também como Rei de Espanha, e anteriormente como Príncipe das Astúrias fui honrado com o convite desta Câmara Municipal, e tenho a honra de reafirmar perante vós esta secular relação de proximidade e boa vizinhança que tem nesta cidade um exemplo tangível e permanente”, disse o monarca.
Filipe VI acrescentou que “Lisboa se converteu num destino preferido”, não esquecendo que “cada vez maior número de espanhóis vêm em busca da beleza, dos atrativos culturais, históricos, arquitetónicos e gastronómicos, mas sobretudo da inigualável cortesia e simpatia dos lisboetas, em especial, e dos portugueses em geral”.
O Rei de Espanha referiu que “Lisboa, capital do grande país donde partiram os navegadores portugueses que nos séculos XV e XVI, é ao mesmo tempo uma cidade hospitaleira que tem recebido e integrado todos aqueles procedentes de todos os locais do mundo, que a têm vindo a procurar pela paz e amabilidade”.
O monarca realçou ainda a realização em Lisboa de um colóquio internacional sobre Miguel de Cervantes, que foi um “um marco das comemorações do 400º aniversário da morte do génio”, espanhol, e indicou que “será inaugurada uma exposição de algumas das mais destacadas ilustrações de uma edição portuguesa de Don Quixote, feitas por Júlio Pomar, sem dúvida um dos mais importantes pintores portugueses vivos e talvez o mais ‘cervantista’ dos pintores deste querido país”.
Filipe VI fez referência às “grandes transformações” que têm acorrido em Lisboa, “durante os últimos anos” e que “têm contribuído para que se consolide como uma grande capital europeia, aberta e cosmopolita, sem perder o seu encanto e a sua personalidade”.
O monarca citou como exemplo a realização, em novembro, do ‘Web Summit’ que acolheu 50.000 pessoas procedentes de 150 países do mundo”.
Uma transformação que irá continuar, referiu Filipe VI, e para a qual “contribuirá, sem dúvida, o importante acordo assinado a 24 de outubro com o Banco Europeu de Investimentos, que converteu a Capital no primeiro município europeu a receber tão importante apoio financeiro, no quadro do Plano de Investimentos Estratégicos Europeus”.
No final do seu discurso o Rei de Espanha lembrou ainda “Lisboa como cidade ponto de encontro de vários continentes e culturas”, uma condição que irá ser refletida durante a Capital Ibero-Americana da Cultura, e acrescentou: “Estou certo que essa capitalidade contribuirá ainda mais para reforçar os laços históricos, culturais e afetivos que nos unem”.