Os desafios que se colocam à existência das pequenas levou à criação da Rede Aldeias Bauhaus EUROACE enquanto Organismo de Cooperação Territorial. A rede foi formalizada entre 6 Municípios portugueses e espanhóis: Pampilhosa da Serra, Sabugal, Reguengos de Monsaraz, Arronches, Moraleja e Llerena.
Os protocolos foram assinados em Coimbra, nas instalações da CCDR Centro, tendo a Câmara Municipal Pampilhosa da Serra assumido a presidência da Rede até ao final de 2024.
Durante a sessão que reuniu vários parceiros do projeto e decisores políticos de Portugal e Espanha foram abordados “os desafios e oportunidades para as aldeias, numa perspetiva de cooperação territorial e tendo como enquadramento estratégico os pilares da Nova Bauhaus Europeia: Sustentabilidade, Inclusão e Estética.”
A Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra pretende “procurar respostas para 3 dos principais desafios, que de forma transversal se colocam às áreas rurais, e em particular às aldeias: perda demográfica, perda de valor económico, social e cultural, e ainda a transição digital e ecológica”.
Para Jorge Custódio, Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, os constrangimentos das aldeias, alguns deles com uma tendência secular, são amplamente conhecidos, pelo que este projeto “tem de dar o clique e fazer diferente”, e para isso é preciso o apoio “regional e nacional”.
“Todos temos consciência de que ainda que os Municípios possam ir tomando algumas medidas que minimizem estes impactos, isso não é suficiente. Tem de haver uma mão mais forte por parte dos governos centrais, para que consigamos inverter esta tendência” acrescentou o autarca.
O Vereador da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, Rui Simão, vê o projeto numa perspetiva pragmática incidindo a atenção sobre a aldeia de Dornelas do Zêzere, onde procura perceber “qual é o papel que as aldeias têm para revitalizar territórios do interior”, e a partir aí “encontrar soluções que podem vir a ser faróis que se replicam noutros contextos geográficos”.
Rui Simão destacou que a Rede de Aldeias para o Futuro, possui um “eixo vertical” diferenciador num trabalho conjunto que vai “desde a União Europeia, até aos países, às regiões, aos Municípios, às aldeias e dentro das aldeias às comunidades”, ligando a “ambição do dia-a-dia das pessoas e a Europa”, o que considerou de “verdadeira democracia participativa e moderna”.
A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, garantiu no encontro o “compromisso” do Governo em “acompanhar e apoiar esta rede de aldeias”, nomeadamente através da criação de estratégias que permitam que os “Fundos da Política de Coesão, do Horizonte Europa, do Programa Life”, entre outros instrumentos financeiros, “cheguem aos territórios”.
“Os novos habitantes querem encontrar aldeias com serviços de cidade e temos de encontrar este equilíbrio”, conclui Ana Abrunhosa.