O projeto ‘Saber viver com diabetes’, uma iniciativa inovadora da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) com o apoio da farmacêutica Norvatis, pretende melhorar a vida dos doentes com diabetes que vivem no Alto Minho e facilitar a comunicação entre os diferentes profissionais de saúde.
Franklim Ramos, presidente do conselho de administração da ULSAM, explicou, citado em comunicado, que no âmbito do projeto já foram classificados “mais de 300 doentes diabéticos num código de três cores – verde, amarelo, vermelho – de acordo com o controlo da doença”.
A classificação dos doentes pelo “sistema de classificação visual e universal facilita a comunicação com o doente e a coordenação entre os profissionais de saúde dos cuidados de saúde primários e hospitalares”.
Para além da classificação dos doentes com diabetes do tipo 2, o projeto pretende consciencializar os doentes para a situação do seu estado de saúde, “motivando-os à mudança de estilo de vida e à adesão à terapêutica, para que possam melhorar o controlo metabólico, reduzindo o recurso ao serviço de urgência por híper/hipoglicemias, e evitar as complicações e comorbilidades associadas à diabetes”.
Franklim Ramos indicou também que estão a ser elaborados “questionários de satisfação junto dos profissionais de saúde e dos utentes”, e que vai ser feita a recolha de informação que permita “conhecer em maior profundidade a realidade dos nossos doentes”.
O responsável pela ULSAM pretende que futuramente o projeto possa promover “uma referenciação mais rápida e um acompanhamento mais adequado às pessoas com diabetes que vivem no Alto Minho”.
De acordo com o comunicado o projeto “Saber viver com diabetes” é desenvolvido no âmbito do programa ‘Boas Práticas de Governação’, da farmacêutica Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (UNL).
O programa da Norvatis proporciona aos participantes uma oportunidade de acesso a um plano curricular desenvolvido pela UNL e que lhes garante as bases teóricas e o acompanhamento necessário ao desenvolvimento dos projetos.
Em 2016 o programa ‘Boas Práticas de Governação’ assume o tema “Caminhos para a Implementação”, ou seja, “tem como objetivo apoiar a implementação na prática clínica dos projetos inovadores que fomentaram uma maior articulação entre cuidados de saúde primários e hospitalares, e que contribuíram para melhorias efetivas na qualidade de vida do doente”.
Dados do relatório anual do observatório nacional da diabetes de 2015 indicam que em 2014 a prevalência estimada da Diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos foi de 13,1%, isto é, mais de 1 milhão de portugueses neste grupo etário sofria de Diabetes.
Desta população apenas 7,4% de prevalência estava diagnosticada havendo ainda 5,7% que desconheciam possuir diabetes. Por sexo, os homens apresentavam uma prevalência da diabetes com 15,8%, um valor superior ao verificado nas mulheres com uma taxa de 10,8%.