Uma equipa de investigação da McMaster University liderada por Gilmar Reis e Edward Mills descobriu que uma única injeção de interferon lambda peguilado (lambda) pode tratar com sucesso as pessoas com COVID-19, na fase inicial da doença.
Os investigadores indicaram que uma dose de lambda injetada sob a pele de um paciente foi mais eficaz do que qualquer tratamento atualmente disponível para a COVID precoce e evita os problemas potenciais de adesão do paciente aos regimes de tratamento medicamentoso.
Os resultados da investigação, já foram publicados no The New England Journal of Medicine, revelam, como refere Gilmar Reis, “o interferon lambda peguilado é um medicamento seguro e é uma abordagem única de tratamento”.
“O Lambda não é específico para um vírus, pois funciona em todas as diferentes variantes da COVID-19 e provavelmente também tem um papel a desempenhar no combate a outros vírus respiratórios, como o influenza. Estamos a iniciar, agora, um estudo de lambda para a influenza”, adiantou o investigador.
O artigo descreve que os investigadores testaram a eficácia do lambda usando um estudo randomizado controlado por placebo envolvendo adultos com a COVID-19, do Canadá e do Brasil, que se ofereceram voluntariamente para o estudo. Um total de 931 pessoas receberam lambda e 1.018 receberam um placebo. Oitenta e três por cento dos participantes do estudo foram vacinados. Os investigadores realizaram o teste lambda de junho de 2021 a março de 2022.
O Lambda funciona ativando as defesas antivirais do sistema imunológico contra os vírus da COVID-19, que invadem as vias aéreas. Entre os participantes do estudo os mais vacinados, o lambda reduziu significativamente a necessidade de hospitalização ou atendimentos de emergência em comparação com os que receberam um placebo.
“Isso pode salvar dezenas de milhares de vidas”, afirmou Edward Mills, e Gilmar Reis acrescentou: “O objetivo final seria usá-lo em combinação com Paxlovid, mas é preciso ser avaliado num ambiente de ensaio clínico”.