O “Relatório de Atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais – 2021” da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) já foi entregue na Assembleia da República.
Os dados indicam que Portugal investiu 316 milhões de euros na gestão do risco de incêndio rural. Neste valor não estão incluídos os despendidos pela administração local e pelos proprietários. Um investimento que em 2021 foi superior em 9% do que se verificou em 2020. Tendo sido aplicado 46% em prevenção e 54% em supressão.
A AGIF indica que até ao final de 2021, foram desenvolvidos 78 dos 97 projetos do Programa Nacional de Ação (PNA), o que se traduziu em 80% o nível de projetos em curso, com 60 das 128 metas previstas para o ano a serem atingidas em 2021.
Em 2021, a gestão de vegetação foi realizada em cerca de 88.000 hectares, mais 25% que em 2020 sendo o valor mais elevado até à data. O objetivo mantém-se de serem atingidos os 300.000 hectares/ano em 2026. O relatório indica que dado que a larga maioria das áreas a gerir é detidas por privados, é essencial a sua mobilização.
A agregação de proprietários por via das Áreas Integradas de Gestão da Paisagem representou 2,5% dos espaços florestais, enquanto as Zonas de Intervenção Florestal e Baldios já representam 2,3 milhões de hectares, localizados a norte do Tejo e com uma expressão que representa quase 50% das áreas a intervencionar.
O relatório indica que houve uma redução do número de incêndios em 15% face ao ano anterior e uma redução em 38% dos incêndios intencionais. No entanto, o uso do fogo continua a ser a principal causa de incêndios rurais, representando 56% do total, motivados pela eliminação de sobrantes agrícolas e renovação de pastagens. Com as causas associadas as intencionalidades contribuíram para 41% da área ardida.
A AGIF constatou que os cidadãos mostram-se sensibilizados para a gestão da vegetação em torno das suas habitações, e o programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”, após as limitações da pandemia exibiu em 2021 um ligeiro crescimento, abrangendo 2.064 aldeias, ou seja, mais 76 que em 2020.
Em 2021, o dispositivo de supressão definido pela ANEPC foi reforçado com mais bombeiros e sapadores, que representam igual proporção, com cerca de 12.000 elementos, destes 69% são profissionais. Num processo já consolidado, os 59 meios aéreos foram geridos pela Força Aérea.
Verificou-se que houve uma diminuição dos impactos dos incêndios rurais com menos vidas humanas a lamentar, menor número de incêndios e menor área ardida.
Também se verificou que de acordo com o Relatório, 93% dos incêndios foram extintos em ataque inicial e com um tempo médio de chegada ao teatro de operações de 16 minutos. A taxa de reacendimentos fixou-se em 2%, que é um valor favorável abaixo da meta dos 5%.