Pela primeira vez a Academia Europeia das Ciências (EURASC, sigla do inglês) atribui uma Medalha Blaise Pascal a um cientista português, neste caso a Elvira Fortunato. Um reconhecimento pela originalidade e criatividade da investigação que a cientista vem desenvolvendo no domínio da Física e Ciência dos Materiais.
Elvira Fortunato tem vindo a distinguir-se pelo desenvolvimento em investigação que permite “a evolução da eletrónica rígida baseada em silício, para eletrónica flexível”. Uma evolução que assenta no “uso de novos materiais com novas funcionalidades, que permitem tecnologias de processamento não convencionais, de baixo custo e amigas do ambiente”.
De entre as alternativas que se colocavam nos materiais a utilizar, “os semicondutores de óxido metálico chamaram a atenção como materiais de backplane, para poderem vir a ser usados na próxima geração de ecrãs”.
O trabalho de Elvira Fortunato em eletrónica transparente veio despertar um grande interesse mundial, dado que os filmes finos de óxidos de metal “provaram ser verdadeiros semicondutores”.
“Estes materiais demonstraram um desempenho eletrónico excecional como componentes ativos de semicondutores podendo ser ajustados para aplicações onde a alta transparência / condutividade elétrica é exigida”, escreve a EURASC, no seu sítio na Web.
O novo paradigma da eletrónica transparente veio atrair o interesse de vários centros de investigação e empresas tecnológicas, como uma nova solução técnica para ser usada na próxima geração de eletrónica de consumo.
A Academia Europeia de Ciências é “uma organização independente, não-governamental, sem fins lucrativos, constituída pelos mais destacados Académicos e Engenheiros distinguidos internacionalmente, que realizam investigação de vanguarda associada ao desenvolvimento de tecnologias avançadas”.
Os membros da Academia Europeia de Ciências estão “unidos pelo compromisso de promover a ciência e a tecnologia ao seu mais alto nível e assim contribuir também para o desenvolvimento social e económico”.
As medalhas Blaise Pascal são atribuídas pela Academia Europeia das Ciências pelo reconhecimento do trabalho em investigação com impacto internacional, “na área da Ciência e Tecnologia assim como na promoção da Excelência na Investigação e na Educação”.
A Academia Europeia das Ciências distingue em 2016, para além de Elvira Fortunato, Gianfranco Pacchioni, da Universidade de Milão Bicocca, em Itália, com a medalha Blaise Pascal em Química, Ni-Bin Chang, da Universidade de Central Florida, nos EUA, com a medalha Blaise Pascal em Ciências da Terra e Ambiente e ainda o português Prof. Rodrigo Martins como Académico.
As distinções são entregues pela Academia Europeia das Ciências a 19 de novembro, em Bruxelas.
Elvira Fortunato, entre diversas distinções, recebeu o prémio na área de engenharia atribuído pelo Conselho Europeu de Investigação, Prémio ‘European Woman Innovation’, Finlândia 2011, e foi finalista aos Prémio Europeu de Patentes em 2016.