No debate de hoje, 16 de fevereiro de 2022, no Parlamento Europeu sobre as relações União Europeia – Rússia, a segurança europeia e a ameaça militar da Rússia contra a Ucrânia, os eurodeputados referiram ser importante uma resposta unida e manifestaram apoio à Ucrânia.
O comunicado do Parlamento Europeu descreve que o debate sobre as ameaças militares da Rússia contra a Ucrânia envolveu, para além dos eurodeputados, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
A presidente do Parlamento Europeu (PE), Roberta Metsola, sublinhou que a assembleia expressou reiteradamente a sua solidariedade para com o povo da Ucrânia, que continua a enfrentar incertezas e ameaças de agressão militar russa, e acrescentou: “O que estamos a testemunhar é também uma ameaça à paz na Europa”.
Roberta Metsola, lembrou que o PE irá votar um pacote de assistência macrofinanceira à Ucrânia no valor de 1.200 milhões de euros, e agradeceu à Comissão Europeia pela “proposta atempada para apoiar a estabilidade financeira e a resiliência da Ucrânia nas atuais circunstâncias difíceis”.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou que a recente e sem precedentes acumulação militar russa ao longo da fronteira ucraniana só pode ser vista como um comportamento agressivo e ameaçador. Reiterou que estas táticas beligerantes não só ameaçam a estabilidade e a integridade da Ucrânia, mas também a paz e a segurança na Europa e o sistema internacional baseado em regras.
Charles Michel afirmou que a UE está a trabalhar continuamente com os seus parceiros internacionais e aliados para desanuviar as tensões, em primeiro lugar através da diplomacia, mas também na preparação de sanções robustas contra a Rússia face a uma agressão militar contra a Ucrânia. O presidente do Conselho Europeu anunciou ainda a organização de uma conferência de doadores para continuar a apoiar a economia ucraniana.
“A ideia de esferas de influência não pertence ao século XXI”, declarou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen. A diplomacia ainda não disse a sua última palavra, mas deve ser seguida de ações, afirmou, referindo-se aos últimos sinais vindos do Kremlin. Acrescentou que a NATO ainda não observou uma redução das tropas russas na fronteira com a Ucrânia.
A presidente da Comissão advertiu que a Rússia não deve utilizar a “questão energética” como uma arma. A UE está a reforçar outras fontes de energia e está preparada para este Inverno, garantiu. Para Ursula von der Leyen, a principal lição aprendida pela UE é a de que tem de diversificar as suas fontes de energia para não estar dependente do gás russo. O futuro europeu está nas energias renováveis, concluiu.
“O que pode acontecer na Ucrânia marcará o futuro da humanidade”, disse o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell. “Se a lei do mais forte prevalecer, seria dado um passo atrás”, acrescentou. Borrell referiu que a UE e os Estados-Membros enfrentam a possibilidade de uma agressão militar russa de forma unida e considerou que “esta é uma das consequências positivas desta crise”. O chefe da diplomacia europeia esclareceu que a UE está pronta a negociar uma solução diplomática, mas também preparada para agir, incluindo com a aplicação de sanções, se necessário.
Vários eurodeputados salientaram que as atuais tensões são um alerta para a UE, que deve continuar a desenvolver as suas capacidades para lidar com a pressão externa e assegurar uma resposta forte às ameaças externas, mantendo ao mesmo tempo a paz e a democracia como valores fundamentais e o objetivo primordial. Os parlamentares consideram que os desafios russos criam uma oportunidade para reforçar a unidade europeia.
Expressando o seu apoio contínuo e a sua admiração pelo povo ucraniano perante a ameaça de agressão russa, vários eurodeputados reiteraram também a necessidade de continuar a diplomacia com Moscovo e de preparar sanções duras contra a Rússia. O gasoduto Nord Stream 2 entre a Rússia e a Alemanha deve também estar em cima da mesa quando forem negociadas as sanções, disseram alguns parlamentares.
Alguns eurodeputados afirmaram que a razão da agressividade da Rússia não é o alargamento da NATO, mas sim o poder dos valores e a atratividade das sociedades democráticas, o que assusta o Presidente russo, Vladimir Putin, e o Kremlin. Outros eurodeputados criticaram a UE por ser demasiado ambígua na sua resposta à Rússia, enquanto outros sublinharam que a Europa precisa de dar seguimento às suas palavras com ações contra a agressão russa.