A nova vaga de infeções impulsionada pela variante Ómicron da COVID-19 associadas às exigências de apresentação de realização de testes tem vindo a ser instrumentalizada por vendedores de certificados falsificados, nas últimas semanas, quando muitos países reforçam as medidas de contenção da pandemia.
Os investigadores da Check Point Research alertam que utilizadores portugueses do Telegram estão a ser são incentivados a encomendar a vacina.
A União Europeia tem em vigor, desde julho de 2021, o passaporte COVID-19. No mesmo sentido, as viagens internacionais tornaram-se uma vez mais altamente dependentes do esquema vacinal e do certificado de testagem, com países de todo o mundo a implementar de novo maiores restrições à circulação. Há países, como é o caso da Áustria e Alemanha, em que mesmo tendo as duas doses da vacina é necessário apresentar teste PCR/Antigénio negativo.
A alta transmissibilidade e rápida disseminação da variante Ómicron, em conjunto com as dificuldades em satisfazer a procura por testes à COVID-19, criaram uma nova lacuna no mercado que está a ser utilizada pelos criminosos. A Check Point Research refere a existencia de pelo menos um grupo fraudulento que voltou à atividade depois de um período de silêncio em outubro de 2021 que, por sua vez, se seguiu ao aproveitamento da variante Delta.
Para este grupo os potenciais clientes tanto podem ser pessoas que testaram positivo à doença, como pessoas que se recusam a fazer teste ou a tomar a vacina. Para estas pessoas, a alternativa é, muitas vezes, iniciar uma busca pela Internet. Entre as vítimas, podem constar ainda utilizadores inocentes que acabam por ser atraídos para domínios fraudulentos ou suspeitos, enquanto procuram orientação e conselhos genuínos.
Os investigadores da Check Point Research dão conta de um aumento dramático das quantias monetárias transacionadas em troca de um certificado de vacinação ou de testes falsos. Pouco depois da apresentação dos certificados de vacinação em 2021, os testes PCR e antigénio falsos podiam ser adquiridos por 75 a 100 dólares. Agora os mesmos documentos estão à venda por 200 a 600 dólares, o que representa o crescimento de até 600%.
“Sem um sistema centralizado de certificação de testes e vacinas, é muito fácil para os criminosos explorarem a situação atual em seu benefício. É certamente o que estamos a assistir, com alguns grupos fraudulentos que têm estado adormecidos durante meses a ressurgir para colherem o que podem da mudança do cenário pandémico”, referiu Liad Mizrachi, Security Expert da Check Point Software, citada em comunicado.
“Em todo o mundo, estamos a ver os países a apertar as suas restrições e a pedir aos cidadãos para apresentarem testes negativos ou certificados de vacinação antes de entrar em locais com muitas pessoas. Também as viagens internacionais ficaram mais complicadas, com o surgimento de mais casos. Isto, em combinação com os problemas em fornecer os kits para testes adequados à procura e a hesitação face a vacina, criou a tempestade perfeita para os golpistas. Estão uma vez mais a operar com confiança, como podemos ver pelo aumento dramático dos preços na dark net. Os governos tem de se reunir rapidamente para combater o mais recente crescimento do mercado negro, caso não o façam, o risco do número de documentos falsificados aumentar nas próximas semanas e meses é muito alto”, concluiu a especialista da Check Point Software.