A paragem em alguns dias no processo de vacinação e os grandes aglomerados de pessoas que se têm formado junto dos centros de testagem e de vacinação em vários locais do país é preocupante, refere a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), que indica estarmos num momento em que “a variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2 domina em Portugal, levando a um novo pico de incidência da COVID-19”.
Para a SPP a situação atual deve exigir “um esforço na administração da 3.ª dose da vacina, nomeadamente a todos aqueles que estão em maior risco, dado o aumento significativo na proteção da infeção e nomeadamente da doença grave associada a este reforço, o que ainda é mais relevante na presença da variante Ómicron.”
“Os longos períodos de espera para a vacinação, nomeadamente na modalidade porta aberta, e a necessidade de teste negativo para os festejos de final de ano, têm gerado grandes aglomerados de pessoas”, esta situação não merece a concordância da SPP, que refere ser “exatamente oposta às recomendações da Direção Geral da Saúde (DGS).”
“Se é recomendado o teletrabalho para evitar contactos no espaço laboral, se é prolongado o período de férias letivas, para atrasar o regresso das crianças à escola, e se é sugerida a limitação do número de pessoas nos festejos de Natal e Passagem de Ano, então não podem ser aceitáveis as longas filas e os longos períodos de espera à porta dos centros de testagem e de vacinação”, defende António Morais, presidente da SPP.
Para o especialista responsável da SPP, “é urgente a criação de condições para o cumprimento das recomendações da DGS. Havendo um apelo à vacinação e à testagem da população, tem de haver a garantia de que estes procedimentos decorrem em segurança”.
Entretanto a SPP lembra que “a situação não é homogénea em todo o país, uma vez que há casos em que a fluidez da vacinação e testagem é bastante eficaz, contudo, há situações em que a espera pode representar risco de contágio ou de desistência da administração da vacina.”