Cientistas estão numa corrida para a estudar o Ómicron e compreenderem, entre outras caraterísticas, como as mutações da variante podem afetar a transmissibilidade e a gravidade da doença. Michael Smit, epidemiologista e Diretor Médico de Prevenção e Controle de Infeções do Children’s Hospital de Los Angeles, descreve o que já se conhece sobre a Ómicron e que cuidados as pessoas devem ter para se manterem seguras neste período de festas de Natal e Passagem de Ano.
■ O que torna a variante Ómicron diferente de outras versões do SARS-CoV-2?
A Ómicron tem dezenas de mutações que não estão presentes em variantes anteriores do SARS-CoV-2. Isso significa que o vírus pode comportar-se de maneira diferente da versão original do coronavírus ou de outras variantes, como a Delta.
■ Quais os motivos dos cientistas para estarem preocupados com a Ómicron?
Autoridades de saúde e os cientistas estão a levar a variante Ómicron muito a sério. Existem várias maneiras pelas quais as suas mutações podem impactar a disseminação do coronavírus. Primeiro, o Ómicron poderá ser mais transmissível, o que significa que poderá infetar mais pessoas com mais facilidade. Também pode causar doenças mais graves, embora seja muito cedo para dizer se é esse o caso. Ou as mutações podem permitir que o Ómicron evite parcialmente as atuais vacinas.
■ O que sabemos e não sabemos, até agora, sobre a variante Ómicron?
Sabemos que o Ómicron tem uma infinidade de mutações que provavelmente afetarão a facilidade ou rapidez com que o coronavírus se espalha. No entanto, há muito que não se sabe. Não sabemos o quanto o coronavírus pode ser mais transmissível. Também não sabemos se a Ómicron causa resultados piores, como doenças mais graves, do que as variantes anteriores. E não sabemos o quanto isso pode diminuir a eficácia das vacinas. Mas cientistas de todo o mundo estão a estudar esses impactos em tempo real, então devemos ter as respostas para muitas dessas perguntas dentro de algumas semanas.
■ O que as pessoas devem fazer para se manterem seguras?
A melhor coisa que as pessoas podem fazer é serem vacinadas. Se estiverem vacinadas devem receber uma dose reforço se tiverem pelo menos 18 anos e se passaram mais de seis meses desde a última toma de dose da vacina. Os que receberam a vacina de dose única Johnson and Johnson devem receber um reforço se já tiverem passado dois meses desde a vacinação inicial.
Embora não saibamos se a Ómicron terá impacto na eficácia das vacinas, sabemos que é muito melhor ter alguma proteção contra o vírus, que as vacinas fornecem.
Todos devem adotar os mesmos cuidados que usaram durante a primeira fase da pandemia: usar máscara em qualquer espaço público interno, evitar multidões e manter a distância física entre pessoas fora da habitação. Práticas que são especialmente importantes enquanto se esperam mais dados sobre a Ómicron.
■ A variante Ómicron pode impactar os planos de férias ou viagens?
Conhece-se muito pouco sobre a Ómicron. Mas, como em qualquer momento durante a pandemia, é importante estar ciente dos níveis de transmissão da COVID-19 onde se reside e em qualquer área para onde se pretende viajar. Alguns países proibiram todas as viagens ao exterior devido à Ómicron e os EUA impuseram algumas restrições a viagens. Em geral, as pessoas devem manter reuniões pequenas, de preferência com as pessoas de sua casa. Se as pessoas de diferentes famílias se misturarem, será ideal socializarem ao ar livre ou permanecer mascarado dentro de casa.
■ Existem algumas precauções extras que as pessoas devem tomar em relação à variante Ómicron?
Com a variante Ómicron, estão a surgir rapidamente novas informações e por isso é importante manter-se informado sobre as orientações mais recentes das autoridades de saúde. Não queremos que as pessoas entrem em pânico; queremos apenas que estejam vigilantes e informados. No entanto, se tiver sintomas, faça o teste de COVID-19 e isole-se até saber os resultados.