Os Ministros da Defesa da União Europeia (UE) sublinharam hoje que a experiência do Afeganistão revelou a necessidade de acelerar a construção das capacidades militares e de defesa da UE, para lhe garantir uma autonomia estratégica. Os ministros reuniram em reunião informal no âmbito da Presidência eslovena do Conselho da União Europeia.
Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, referiu; “A experiência do Afeganistão mostrou que nossa incapacidade de responder tem um preço. A UE deve, portanto, reforçar a sua autonomia estratégica, criando uma primeira força inicial capaz de garantir a estabilidade na vizinhança da UE.
Os ministros assumiram que a evacuação do Afeganistão ainda não foi concluída e que a Europa deve continuar a fornecer apoio diplomático, humanitário e de desenvolvimento. Para os ministros atual situação que pode ter um impacto direto na segurança na Europa, e consideram que devem ser retiradas lições importantes, também para o funcionamento das missões e operações da UE no Mali / Sahel, em Moçambique, Líbia e Balcãs Ocidentais.
Os ministros também reafirmaram que a Operação Althea na Bósnia e Herzegovina é crucial para a segurança e estabilidade da região.
O Ministro da defesa esloveno, referiu: “Em primeiro lugar – as missões de paz são projetos de longo prazo. Apesar de alguns novos mecanismos, como o Fundo Europeu de Defesa, a UE não tem capacidade para operar em situações muito exigentes. E, por último, mas não menos importante, se queremos ser garantidores credíveis da paz, devemos acelerar a tomada de decisões políticas”.
Os Ministros da Defesa da UE concordaram em discutir em outubro questões em aberto relativas ao Strategic Compass, um documento que irá definir as orientações políticas para o desenvolvimento da defesa e segurança europeias, na próxima década, nas áreas da gestão de crises, desenvolvimento de capacidades, parcerias e resiliência.
Na discussão sobre desafios geoestratégicos comuns e cooperação com a OTAN e as Nações Unidas, também incluiu a participação do Secretário-Geral Adjunto da OTAN, Mircea Geoanᾶ, e do Subsecretário-Geral das Nações Unidas para Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix. Os ministros concordaram que as três organizações enfrentam os mesmos desafios globais.
Por isso consideram que é importante que temas comuns, como mudanças climáticas, tecnologias emergentes e disruptivas e “mulheres, paz e segurança”, sejam tratados de forma unificada. Especialmente à luz dos desenvolvimentos recentes no Afeganistão, é importante trabalhar em conjunto de forma eficaz e coordenada, respeitando, contudo, as particularidades individuais de cada organização.