Algumas pessoas que contraíram a COVID-19 lutam agora contra efeitos a longo prazo, vários meses após terem contraído a doença. A diversidade dos sintomas, muitas vezes difusos, é uma das razões pelas quais os cientistas do Departamento de Doenças Infeciosas do Hospital Universitário Aarhus (AUH), na Dinamarca, decidiram observar as “centrais energéticas” das células – as mitocôndrias.
Os cientistas estão a investigar se o suplemento coenzima Q10 da empresa dinamarquesa Pharma Nord pode ajudar contra alguns dos sintomas que os doentes sofrem. No estudo, que agora teve inicio, a Pharma Nord foi convidada a fornecer a formulação.
Todos os doentes vão receber Q10
Foi surpreendentemente fácil para a equipa de investigadores do AUH recrutar doentes para o ensaio clinico. O Professor Lars Østergaard, chefe do Departamento de Doenças Infeciosas, é o responsável pelo orçamento financeiro do estudo e vai trabalhar com Kristoffer Skaalum Hansen, o médico do projeto.
A Pharma Nord ofereceu as cápsulas de Q10 e as cápsulas de placebo para o ensaio clínico, que foi aprovado pela Agência de Medicamentos Dinamarquesa. Trata-se de um estudo cruzado com 120 doentes que sofrem dos efeitos a longo prazo da COVID-19. Todos os participantes vão receber a formulação ativa ou o placebo, mas em períodos alternados. Nem os médicos nem os doentes sabem antecipadamente quem receberá Q10 ou placebo, ou em que período.
Q10 com recurso em investigação científica
A Pharma Nord desenvolveu o Myoqinon (cápsulas de 100 mg) como um medicamento indicado para o tratamento coadjuvante da insuficiência cardíaca. A formulação é usada em estudos científicos e é produzida através de um método patenteado pela Pharma Nord, que garante uma boa biodisponibilidade da matéria-prima. Como parte deste estudo, os cientistas vão analisar como o Q10 afeta as mitocôndrias nas células e se melhorar o metabolismo energético pode contribuir para aumentar a produção de energia em todos os órgãos do corpo. Os investigadores esperam ser capazes de reduzir alguns dos efeitos de longo prazo, como fadiga física e mental, que condicionam a qualidade de vida desses doentes.