A equipa GLIA, do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP), é a grande vencedora do BI Award for Innovation in Healthcare 2021. A GLIA é distinguida pelo projeto sobre telemedicina entre um centro hospitalar de referência, na área de neurocirurgia, e diversas instituições da sua área de influência.
Projeto de telemedicina
O projeto de telemedicina tem como o objetivo otimizar os cuidados prestados aos doentes e, ao mesmo tempo, otimizar os recursos económicos e temporais para os profissionais de saúde e para doentes.
A equipa do serviço de neurocirurgia do CHUP propõe criar, no serviço de Neurocirurgia, uma sala de teleconsulta, com integração online através de uma plataforma digital, que permita uma comunicação atempada e imediata com os Cuidados de Saúde Primários, rede de Cuidados Continuados e Cuidados Paliativos e restantes Centros Hospitalares da área de influência com equipamento tecnológico e espaço físico apropriados.
O projeto foca-se na dor lombar, patologia com impacto alargado na população e que se traduz em perda de qualidade de vida e em absentismo. O objetivo do projeto é melhorar a resposta aos doentes, reduzindo o número de deslocações e a dispersão de consultas e meios complementares de diagnóstico e terapêutica. A equipa de neurocirurgia considera que o projeto piloto valide as premissas do projeto e que este venha a ser alargado a mais patologias, especialidades e zonas do país.
Hospitalização Domiciliária
O segundo lugar foi atribuído à equipa MyDHU, com o projeto “Sistema de Informação para apoio ao cuidador informal e ao utente – Uma abordagem integrativa em Hospitalização Domiciliária”. O projeto pretende otimizar o atual serviço de Hospitalização Domiciliária com recurso a tecnologias de informação e comunicação (TIC), facilitar a comunicação entre os diferentes prestadores de cuidados e, sobretudo, entre estes e os utentes e os cuidadores informais.
O projeto envolve o desenvolvimento de uma aplicação digital para suportar o registo de vários dados de saúde do doente e dados de evoluções diárias, e ainda a possibilidade dos doentes poderem colocar dúvidas a que a equipa de saúde procurará dar resposta. O projeto pretende também promover a literacia dos cuidadores informais, ensinando por via virtual temas relevantes como técnicas de mobilização do doente, medição da pressão arterial ou do oxigénio.
Referenciação de doentes
No terceiro lugar ficou a equipa Safer, com uma proposta de identificação pró-ativa para Referenciação Rápida e Segura de doente não COVID. A proposta une os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares e que recorre a business intelligence para a priorização clínica dos utentes.
A equipa Safer quer mitigar os efeitos da pandemia na acessibilidade aos cuidados de saúde e propõe a construção de uma ferramenta que permita identificar os doentes que ficaram para trás, chamando-os pró-ativamente para consultas nos centros de saúde e nos hospitais. O projeto vai focar-se sobretudo nas doenças crónicas não transmissíveis, isto é, nas pessoas com dislipidemia, hipertensão, diabetes e obesidade, entre outros exemplos, ou em risco de desenvolver estas patologias.
Os projetos vencedores, escolhidos pelo júri, além de um prémio monetário, deverão ser integrados num ecossistema adequado à sua aplicação, que permitirá a contribuição direta para a sociedade e a saúde dos portugueses.
Vanessa Jacinto, Head of Market Access & Public Affairs da Boehringer Ingelheim Portugal, refere: “É de facto bom saber que existe tanta gente com vontade de inovar e de apoiar o sistema de saúde português como vimos pelo número histórico de candidaturas que recebemos e pela qualidade dos projetos que hoje distinguimos”.
O objetivo da Boehringer Ingelheim com este prémio “era, e é, melhorar a vida dos portugueses, melhorando a sua saúde. Queremos um Sistema de Saúde mais forte e mais eficaz, capaz de dar resposta às muitas solicitações”, conclui Vanessa Jacinto.
Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, refere que “com este concurso de ideias inovadoras, e muito em particular com estes três projetos vencedores, reforçamos que a inovação não é algo distante e que é possível ser desde já implementada nos nossos serviços de saúde, com efeitos rápidos e práticos na vida das pessoas”.
As boas ideias existem, unem os profissionais de saúde, muitas delas vêm mesmo de quem está no terreno e que quer encontrar melhores respostas para os doentes que protege e de quem cuida todos os dias. É crítico que o Serviço Nacional de Saúde acarinhe esta vontade de fazer diferente, pelo que a valorização do capital humano significa só por si, mas sobretudo porque são ideias que melhoram a qualidade de vida dos nossos doentes” conclui o bastonário.
O BI Award for Innovation in Healthcare é uma iniciativa da Boehringer Ingelheim, e que conta com o apoio institucional da Ordem dos Médicos. Nesta edição contou com um número recorde de candidaturas: mais de 100 equipas apresentaram projetos diferenciadores e inovadores para apoiar a retoma dos cuidados de saúde e o sistema de saúde em Portugal.
Durante o período de Hackathon, o modelo de trabalho colaborativo, escolhido para este projeto, foram realizadas mais de 260 sessões, mais 1500 interações nas salas de trabalho e somaram-se mais de 400 horas de trabalho e todos com a visão única de apoiar a retoma dos Cuidados de Saúde.