No Dia Mundial da Doença Inflamatória do Intestino (DII), 19 de maio, a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia reforça a importância do diagnóstico precoce. As Doenças Inflamatórias do Intestino são doenças crónicas do tubo digestivo, e as mais importantes são a Doença de Crohn e a Colite Ulcerosa.
Estas doenças tubo digestivo registam baixa mortalidade, mas elevada morbilidade e, por isso, têm um grande impacto na qualidade de vida, já que muitos doentes podem precisar de hospitalizações frequentes e de cirurgias. No entanto, são doenças em que a incidência tem vindo a aumentar, sendo que em Portugal estima-se que afetem cerca de 25 mil pessoas.
A importância dos sintomas
Os jovens, entre os 20 e 35 anos, fase de vida ativa em que a doença é mais diagnosticada, podem ter um grande impacto destas doenças a nível das suas relações pessoais, profissionais, absentismo laboral, entre outros. É frequente haver um atraso no diagnóstico (tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico) que pode durar quase dois anos e que atrasa o início de tratamento eficaz resultando em complicações.
Não existe nenhuma medida preventiva aprovada para as DII mas, promover um estilo de vida saudável, uma dieta equilibrada, evicção de tabagismo tem benefícios em todas as esferas da saúde.
Para uma informar e sensibilizar a população para as Doenças Inflamatórias do Intestino (DII) a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia lançou um filme de sensibilização e uma infografia animada de explicação destas doenças, com o apoio da Janssen, e em parceria com a Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino e a Associação CrohnColite Portugal.
Diagnóstico e tratamento
Têm ocorrido enormes avanços no tratamento dos pacientes de Doença Inflamatória do Intestino. Os medicamentos biológicos constituíram, sem dúvida, um marco histórico que permitiram mudar a história natural da doença no início do século. Desde aí, muitas outras moléculas têm surgido, nomeadamente outros biológicos com diferentes mecanismos de ação e mais recentemente as pequenas moléculas, de administração oral. Neste momento, o maior desafio é iniciar o tratamento o mais precocemente possível, antes de existir dano estrutural da parede intestinal de forma a que o tratamento seja mais eficaz.
O diagnóstico da DII implica a combinação de dados clínicos, laboratoriais, imagiológicos e a realização de uma colonoscopia com biopsias. Os sintomas mais comuns são: diarreia crónica (que dura mais de um mês), dor abdominal, e perda de sangue pelo ânus. Pode também haver perda de peso, fadiga, atraso de crescimento (nas crianças), anemia, dores e inchaço nas articulações, entre outros.
O objetivo do tratamento é devolver a qualidade de vida aos doentes e permitir que possam ter uma boa qualidade de vida do doente com DII como sejam o acesso ao trabalho, a sexualidade e o bem-estar psicológico.