No âmbito do Dia Mundial da Asma, que se assinala a 5 de maio, A Sociedade Portuguesa de Pneumologia, em linha com o mote proposto pela Global Initiative for Asthma (GINA), para 2021, pretende desvendar alguns mitos relacionados com Asma e COVID-19.
Desde o início da pandemia de COVID-19 têm surgido várias informações sem fundamento científico, que são disseminadas pelos meios de comunicação e redes sociais. Estas informações têm vindo a gerar nos doentes asmáticos alguns receios infundados, levando-os a alterar comportamentos que colocam, por vezes, em risco o controlo da sua asma.
Alguns mitos e verdades que importa esclarecer neste dia:
■ Doentes asmáticos não devem tomar a vacina contra a COVID-19 porque têm maior risco de reação adversa.
► FALSO
Muitos tipos de vacinas foram estudadas também em asmáticos e estão a ser usadas em todo o mundo e nem todos os asmáticos têm um quadro associado de alergias. De qualquer maneira, as reações alérgicas às vacinas são raras e, atualmente, nenhuma doença alérgica contraindica de forma absoluta a toma destas vacinas. Salienta-se que há casos que devem ser previamente avaliados em consulta para decisão de vacinação, como por exemplo, história prévia de recção alérgica grave a qualquer componente da vacina ou a outra vacina. Atualmente, pesando os riscos e benefícios, recomenda-se SIM a vacinação contra a COVID- 19 nos doentes asmáticos.
■ Doentes asmáticos têm maior probabilidade de morte por COVID-19.
► DEPENDE.
Globalmente, os doentes asmáticos bem controlados não têm maior probabilidade de morte por COVID-19.
Contudo, estudos mostraram que, em doentes com necessidade recente de ciclo de corticoides orais ou doentes com asma grave recentemente internados, o risco de morte por COVID-19 foi superior.
■ Corticoterapia inalada aumenta risco de complicações associadas à infeção pelo novo coronavírus.
► FALSO
A corticoterapia inalada é central no tratamento do doente asmático, para controlo da doença, e os asmáticos controlados não têm maior risco de desenvolver doença grave ou de mortalidade por COVID-19. Os doentes com asma devem manter a sua medicação inalada habitual, bem como manter a sua asma controlada.