A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) vai apoiar o desenvolvimento de infraestruturas científicas e projetos de Investigação & Desenvolvimento na região Norte. Ao abrigo do Programa Operacional Regional do Norte ou NORTE 2020 já estão aprovados e em fase de aprovação financiamentos de 61 milhões de euros, para um investimento total de 72 milhões, a realizar até 2023.
De entre o conjunto de investimentos encontram-se oito infraestruturas científicas da região Norte, com um volume de financiamento comunitário superior a 30 milhões de euros.
O “Centro Compreensivo do Cancro do Porto” (P.CCC), que agregará o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e o i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, faz parte dos investimentos estruturantes, com um investimento de 17.643.364 euros.
O P.CCC tem como objetivo promover a investigação e inovação de ponta e transformar o futuro dos cuidados oncológicos, através da disponibilização de produtos para o rastreamento, diagnóstico e terapia do cancro, bem como o desenvolvimento de biomarcadores para vigilância de pacientes oncológicos e familiares em risco, novas metodologias de diagnóstico e prognóstico e estratégias terapêuticas, modelos experimentais de pesquisa pré-clínica e ensaios clínicos iniciais para medicamentos novos ou reaproveitados.
Entre outros projetos dizem respeito a infraestruturas encontram-se:
■ as de investigação de química biológica e a genética envolvendo o Instituto de Biologia Molecular e Celular, IBMC;
■ na área da computação avançada, o Minho Advanced Computing Center que será um sistema de supercomputação da rede europeia EuroHPC Joint Undertaking, denominado Deucalion, na Universidade do Minho;
■ na área da investigação em recursos microbianos a criação de uma rede de repositórios biológicos da biodiversidade microbiana, que é a matéria-prima essencial para o avanço da biotecnologia, saúde humana e sistemas alimentares e para a investigação e desenvolvimento nas Ciências da Vida e bioindústrias, na Universidade do Minho;
■ o desenvolvimento da microscopia avançada para as ciências da Saúde no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, INL, que irá permitir o estudo de questões associadas ao cancro, infeções virais (com especial interesse no SARS-CoV2), resistência bacteriana a antibióticos, Alzheimer e Parkinson, e ainda conceção, desenvolvimento e administração de fármacos;
■ na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o UTAD FOOD ALLIANZ, uma Infraestrutura de Investigação em Nutrição e Alimentação. Uma ligação com a Ciência Animal;
■ e o desenvolvimento de aplicações tecnológicas para o tratamento de nutrientes, água e energia no Fraunhofer Portugal.
Na fase final de aprovação estão projetos na área da digitalização da investigação clínica no Norte de Portugal envolvendo o Centro Clínico Académico, e na final de análise, encontra-se o projeto “BIOPOLIS”, promovido pelo ICETA – Instituto de Ciências, Tecnologias e Agroambiente da Universidade do Porto, para a criação de um centro de excelência em biologia ambiental, Ecossistemas e agrodiversidade, num investimento que ascende a 13 milhões de euros, e que envolve um financiamento de 11 milhões.
O Presidente da CCDR-N, António Cunha, destacou que “a Ciência é hoje um pilar do desenvolvimento regional do Norte” e que “o investimento em Ciência na Região Norte está vivo e é profundamente reprodutivo. Gera conhecimento avançado que pode ser valorizado pela economia e pelo mercado, cria emprego qualificado e atrai quadros, interage com os territórios e as populações.”
António Cunha acrescentou: “Há hoje um consenso regional quanto ao papel da Ciência no desenvolvimento do Norte. O futuro da região passa também por aqui”, sustentou, “pelo que o próximo programa operacional regional deve continuar a assumir esta vocação de fortalecimento das instituições de ciência e, como decantação da mesma, uma forte aposta estratégica num Sistema Regional de Inovação autónomo.”
Para Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, “as infraestruturas agora lançadas são críticas para termos mais capacidade para atrair, para formar, quer em Universidades quer em Politécnicos, em estreita colaboração com as novas fronteiras do conhecimento, mas sobretudo para alavancar estas sinergias do financiamento.