Estão em curso diversos meios para enfrentar os novos surtos de ébola na Guiné e na República Democrática do Congo (RDC). A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou equipas de especialistas para apoiar as autoridades dos dois países numa intensa resposta para evitar a propagação de infeções generalizadas.
As autoridades de saúde da Guiné declararam um surto de ébola em 14 de fevereiro, depois de serem ocorridos três mortes por ébola em Gouécké, NZerekore. É o primeiro surto de ébola na Guiné desde 2016.
O ébola é uma doença viral aguda grave e extremamente letal. É caracterizada pelo aparecimento súbito de febre, fraqueza intensa, dor muscular, dor de cabeça, náuseas e dor de garganta. Os sintomas podem ser seguidos por vómitos, diarreia, disfunção renal e hepática e, em alguns casos, derramamento de sangue interno e externamente.
A OMS destacou mais de 100 funcionários de outros países e de dentro da Guiné para uma resposta urgente no combate ao ébola até ao final de fevereiro. Também uma equipa de oito especialistas do Escritório Regional da OMS para a África, em Brazzaville, partirá em breve para intensificar a vigilância, rastreio de contato, teste e tratamento da doença, bem como para preparar a vacinação da população.
Matshidiso Moeti, Diretor Regional da OMS para a África, indicou que os especialistas e suprimentos de emergência já estão a entrar em ação. Uma resposta “coletiva e rápida é crucial para evitar uma propagação descontrolada do ébola no meio da pandemia COVID-19, que já levou os profissionais de saúde e as unidades de saúde ao limite.”
A OMS indicou que um voo humanitário chegou em 15 de fevereiro a NZerekore, na Guiné, com 700 kg de equipamentos médicos doados pela OMS e parceiros, e que é esperado que uma remessa de mais de 11 mil doses da vacina contra o ébola chegue à Guiné neste fim-de-semana. Dos Estados Unidos da América serão também envidas mais de 8.500 doses perfazendo um total de cerca de 20.000 doses. A vacinação deverá começar logo apos a chegada das vacinas e para isso uma equipa de 30 técnicos de saúde já foi mobilizada localmente.
Por sua vez a RDC já tem até agora há quatro casos confirmados de ébola, incluindo duas mortes que estão epidemiologicamente relacionadas. A OMS tem cerca de 20 especialistas no local, a apoiar as autoridades de saúde nacionais e provinciais. Cerca de 8.000 doses de vacina ainda estavam disponíveis no país no final do 11º surto de ébola.
A vacinação de pessoas em alto risco foi lançada oficialmente em Butembo, o epicentro do surto em 15 de fevereiro. Até agora, quase 70 pessoas já foram vacinadas.
A OMS libertou 1,25 milhão de dólares para apoiar a resposta na Guiné e para reforçar a prontidão para o ébola na vizinha Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Senegal e Serra Leoa. Além disso, o Fundo Central de Resposta a Emergências das Nações Unidas libertou 15 milhões de dólares para apoiar a resposta na Guiné e a RDC e a prontidão nos países vizinhos.
Com o epicentro do surto de ébola na Guiné numa zona fronteiriça, os países da sub-região estão em alerta máximo e a aumentar as medidas de saúde pública e vigilância nas cidades e comunidades fronteiriças para detetar e responder rapidamente a possíveis infeções transfronteiriças.