Dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI) indicam que, em 2020, foram realizadas 3817 angioplastias primárias para o tratamento de enfarte agudo do miocárdio, um aumento de 2,5%, face a 2019. Em que 77% dos doentes tratados foram homens e a média de idades situou-se nos 66 anos.
“Apesar de os dados do RNCI terem demonstrado uma redução do número angioplastias primárias, procedimento para tratamento do enfarte, durante a primeira vaga da pandemia, conseguimos recuperar os números, no decorrer de 2020. No entanto, é preciso alertar a população que não devem ter medo de pedir ajuda, devido à COVID-19. Quando não tratado, o enfarte agudo do miocárdio pode trazer consequências graves para a saúde ou ser, até, fatal. É importante não adiar o tratamento”, alerta João Brum Silveira, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC).
João Brum Silveira continua: “A via verde coronária e os laboratórios de hemodinâmica, onde se efetua o tratamento do enfarte agudo do miocárdio, são seguros, livres de COVID-19, e continuam a funcionar a 100%, 24 horas por dia, sete dias por semana. Não ignore os sintomas, ligue 112. Por outro lado, os doentes não urgentes devem continuar a fazer a medicação prescrita pelo médico assistente, a ir às consultas e a realizar os exames marcados.”
A importância do tratamento
A APIC alerta a população para a importância de não adiar o tratamento devido à pandemia COVID-19. No âmbito do Dia Nacional do Doente Coronário, que se assinala hoje, 14 de fevereiro, a APIC lembra que a via verde coronária e os laboratórios de hemodinâmica continuam a trabalhar a 100% e que os doentes não devem ter medo de pedir ajuda.
Com o objetivo de promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce, a APIC desenvolveu e tem a decorrer a campanha de consciencialização “Cada Segundo Conta”, com o apoio do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da iniciativa Stent Save a Life, da APIC.
“Apesar da maioria das pessoas já identificarem quais são os sintomas do enfarte agudo do miocárdio, muitas vezes não atuam com a rapidez necessária. É importante que o tratamento ocorra o mais rapidamente possível, após o início dos sintomas, reduzindo, assim, o risco de mortalidade, a reincidência de enfarte e complicações associadas”, salienta Pedro Farto e Abreu, coordenador nacional da campanha. E sublinha: “Mesmo em tempo de pandemia, não adie o seu tratamento. Ligue rapidamente 112.”
APIC indicou que os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção para a intervenção coronária, durante a primeira vaga da pandemia COVID-19, vão ser publicados num artigo, recentemente, submetido para publicação na Revista Portuguesa de Cardiologia. Novos estudos sobre a segunda e terceira vagas serão também publicados pela APIC no decorrer de 2021.
Enfarte agudo do miocárdio e os sintomas
O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes.
Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Não ignore estes sintomas. Ligue rapidamente 112 e siga as instruções que lhe forem dadas.
Para evitar um enfarte é importante adotar um estilo de vida saudável: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o stress.