As autoridades de saúde da Guiné declararam hoje, 14 de fevereiro, um surto de Ébola na comunidade rural de Gouéké, Nzérékoré, após três casos de Ébola terem sido confirmados pelo laboratório nacional. Esta é a primeira vez que são confirmados casos da doença desde um surto que foi considerado encerrado em 2016.
As investigações iniciais revelaram que uma enfermeira da unidade de saúde local morreu em 28 de janeiro de 2021. Após o enterro da enfermeira, seis pessoas que estiveram no funeral manifestaram sintomas semelhantes aos do ébola e duas destas pessoas morreram, e as outras quatro foram hospitalizadas, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A OMS lembrou que a Guiné foi um dos três países mais afetados pelo surto de Ébola na África Ocidental de 2014-2016, o maior desde que o vírus foi descoberto pela primeira vez em 1976.
Durante o surto de Ébola na África Ocidental, houve 28.000 casos, incluindo 11.000 mortes. O surto começou na Guiné e depois cruzou as fronteiras terrestres para Serra Leoa e Libéria.
“É uma grande preocupação ver o ressurgimento do Ébola na Guiné, país que já sofreu muito com a doença. No entanto, com base na perícia e experiência acumuladas durante o surto anterior, as equipas de saúde na Guiné estão mover-se para rastrear rapidamente o caminho do vírus e conter novas infeções”, disse o Matshidiso Moeti, Diretor Regional da OMS para África.
A responsável da Organização de Saúde acrescentou: “A OMS está apoiar as autoridades na criação de estruturas de teste, rastreamento de contacto e tratamento e para uma resposta geral mais rápida”.
O pessoal da OMS já está no terreno. Além da vigilância, vão ajudar a intensificar a prevenção e o controlo de infeções em unidades de saúde e em outros locais importantes. O objetivo é chegar às comunidades o mais rápido possível para garantir que desempenhem um papel fundamental na resposta. A OMS indicou que também está a apoiar o país na aquisição da vacina contra o Ébola, que provou ser instrumental no controlo de surtos na República Democrática do Congo
A OMS informou que as amostras dos casos confirmados já foram enviadas ao Instituto Pasteur, no Senegal, para sequenciamento completo do genoma e identificação da estirpe do vírus Ébola.