No futuro, como poderá uma rede de distribuição de energia elétrica gerir as necessidades de consumo de uma cozinha elétrica? O carregamento das baterias dos carros elétricos? Ou a energia produzida por painéis solares instalados nos edifícios? A resposta está nos sistemas de redes inteligentes (Smart Grids), que obrigarão à digitalização da rede elétrica.
Um novo centro de investigação vai surgir na Noruega para desenvolvimento de sistemas que suportem as necessidades das futuras redes de distribuição de energia e que sejam adaptáveis, robustos e inteligentes.
O novo Centro de Distribuição de Energia Inteligente (CINELDI), inaugurado a 21 de setembro, em conjunto com o novo ‘SINTEF SmartGrid Lab’, é dirigido pelo Centro de investigação de energias SINTEF, e irá trabalhar durante cinco a oito anos. Para o efeito o CINELDI é dotado de um orçamento de cerca de 360 milhões de coroas norueguesas (38,8 milhões de euros).
As “Smart Grids vão possibilitar fornecer energia de forma eficiente, e tornar mais fácil a exploração de fontes de energia renováveis. As redes inteligentes também podem ajudar a remover a necessidade de expandir a capacidade da rede existente”, refere Gerd Kjølle, responsável CINELDI.
Cozinhar em placas de indução e, ao mesmo tempo, carregar o carro elétrico, exige uma importante solicitação de energia à rede elétrica. No entanto, com as Smart Grids, será possível desligar, por exemplo, o sistema de aquecimento de água, permitindo desta forma evitar a necessidade de expandir a capacidade da rede.
Um grande esforço de investigação em redes de energia digitais do futuro.
Para Gerd Kjølle, “nenhuma organização pode implementar a Smart Grids sozinha”. É por isso que o CINELDI “envolve como parceiros empresas de redes e operadores de distribuição, fabricantes de tecnologia, organizações e autoridades públicas”.
O novo laboratório Smart Grid vai permitir aos investigadores simular situações reais provenientes de sistemas de energia de todas as dimensões, de uma forma que não foi possível fazer até agora.
“Nós podemos testar novos sistemas desenvolvidos pelos fabricantes de tecnologia e por projetos de investigação, submetendo-os a vários tipos de interrupções, a ruído, a atrasos de comunicação e assim sucessivamente”, refere Kjell Sand, Gestor de Projetos no Laboratório Norueguês de Smart Grid da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, e membro da equipa de gestão da CINELDI.