O Palácio Nacional da Ajuda vai ser concluído até finais de 2018. A obra agora divulgada publicamente “prevê o fecho da ala Poente com uma implantação que vai respeitar os limites atuais da massa edificada do palácio, e a sua relação com a envolvente próxima, coexistindo com o traçado da Calçada da Ajuda e com o Jardim das Damas”.
As obras que devem começar no início do segundo semestre de 2017 incluem, para além da fachada poente, operações nas partes inacabadas do Palácio e a adição de um novo volume de remate a poente com “uma linguagem não mimética, conforme o preconizado nas cartas e convenções internacionais sobre património”.
A fachada Poente vai ter “um desenho e expressão contemporânea”, e “procura restituir a unidade de leitura do conjunto”. Vai ser “utilizada uma composição formal, com referências aos alçados pré existentes, onde se enfatizam as linhas verticais e horizontais, acentuando a marcação da leitura dos estágios das fachadas existentes, que se materializam em diferentes planos das lâminas verticais de sombreamento dos planos envidraçados”.
No topo Norte e Sul da fachada Poente serão construídos dois corpos laterais mais elevados, com perfil e altura idêntica à dos torreões Norte e Sul da fachada Este. Estes corpos vão garantir o equilíbrio do conjunto. Na fachada será construída “uma estrutura com lâminas de sombreamento que permite a datação clara da intervenção e assume um carácter efémero e reversível da construção”.
O Palácio adquire a poente uma nova ala onde irá ser instalada a Exposição Permanente das Joias da Coroa e do Tesouro de Ourivesaria. Os pisos 3 e 4 irão ser espaços dotados de elevada segurança, sendo o piso 3 destinado a albergar a exposição permanente das Joias da Coroa, e o piso 4 para a exposição do Tesouro de Ourivesaria da Casa Real.
As obras a executar no Palácio Nacional da Ajuda “vão permitir que todos os portugueses, e turistas estrangeiros que visitem a cidade, possam ter acesso a um património riquíssimo que se encontra atualmente fechado, que são as jóias da coroa portuguesa e da ourivesaria real portuguesa”, referiu Fernando Medina, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
A obra no valor estimado de 15 milhões de euros “acontece porque é financiada com verbas da taxa turística de Lisboa. Esta ‘taxinha’ fez mais num ano do que muitos governantes fizerem em muitas décadas”, frisou Fernando Medina.
Mas nem todas as verbas vêm da taxa turística. Da Direção Geral do Património Cultural, do Ministério da Cultura, o investimento é de 4 milhões de euros, da taxa de turismo da Câmara Municipal de Lisboa e Associação Turismo de Lisboa, o investimento será de 6 milhões de euros, 2 milhões são de capitais próprios e 3 milhões por empréstimo bancário.
A obra “tem impacte a nível nacional, em particular na cidade de Lisboa, ampliando a oferta de conteúdos no designado eixo Belém-Ajuda”, mas a revelação de conteúdos nunca vistos com projeção internacional, como é o caso dos tesouros das jóias da coroa e da ourivesaria de casa real, até agora escondidos, e em conjunto com a monumentalidade do Palácio, irá criar uma maior dinâmica turística.