GUIDELINES
Este foi o meu primeiro ensaio após o confinamento a que nos vimos obrigados. Talvez por isso teve características e momentos especiais.
Habituado durante dois meses a pouco utilizar a viatura e a não sair de Lisboa, a primeira reação para este ensaio foi usufruir da possibilidade de ver outros locais. E assim fiz!
Acredito que neste ensaio me apercebi de mais detalhes do que num “habitual” ensaio, porquanto a minha pré-disposição era a fruição desta liberdade de poder circular. Dei ainda mais atenção aos detalhes da viatura, da paisagem mas também dos locais e das pessoas. E foi algo estranho neste ensaio pelo Alto Alentejo encontrar a maioria da população de máscara na rua, contrastante com Lisboa, onde o número de pessoas com máscara na rua são bem menores. Talvez esse seja o segredo do sucesso do número de infetados e de mortes no Alentejo.
ESTÉTICA – EXTERIOR E INTERIOR
Cada vez mais implantada em território europeu a Hyundai continua a apresentar produtos claramente apetecíveis e enquadrados nos gostos e padrões europeus. E este enorme SUV de 7 lugares é a prova disso mesmo. Com uma imagem robusta e elegante, com apontamentos que lhe conferem desportividade numa frente dominada por faróis horizontais (médios e máximos) esguios e os de presença e nevoeiro na vertical, ladeados por entradas de ar horizontais e verticais para arrefecimento de travões e eficiência aerodinâmica. A própria grelha tridimensional ocupa parte da frente e contribui para a imponência do conjunto. A traseira termina com a habitual imagem da marca, ou seja, “não caindo” abruptamente na vertical mas fazendo uso de formas que lhe permitem tornar o portão da mala menos “pesado”, para o que contribui o feliz desenho dos faróis traseiros estilizados, a dupla ponteira de escape e o difusor traseiro em cor cinza. Detalhes é certo, mas que contribuem para um enquadramento muito bem conseguido.
No interior, a marca mudou bastante o seu desenho. A aposta num tablier muito estilizado que permite tirar “peso” a tanto plástico, um painel de instrumentos semidigital, plásticos moles na parte superior do tablier e uma qualidade de construção e de materiais de enaltecer.
MATERIAIS, USER EXPERIENCE
Os bancos foram redesenhados e revelaram-se muito confortáveis, podendo estes ter um pouco mais de apoio lateral. Com ajuste totalmente elétrico mesmo para a função de extensão longitudinal do assento. Usabilidade muito boa de todos os comandos, sendo que continuo a preferir o ecrã central embutido no tablier e não suspenso. Gostos pessoais! Já a projeção de informação no vidro é de realçar pela leitura exemplar e acréscimo na segurança.
Muito espaço interior, com o pilar A forrado a tecido cinza, painéis da porta conjugando madeira e um efeito tridimensional do painel lateral junto às colunas de som Krell; a possibilidade do condutor ajustar o banco do passageiro na zona lateral do banco do passageiro e uma 2ª fila de bancos com espaço mais que suficiente para 3 ocupantes, com opção de regulação longitudinal do banco e de regulação das costas. A terceira fila de bancos, mesmo com acesso mais difícil – como é habitual neste tipo de viaturas – possui bancos que permitem alojar duas crianças e/ou adultos, se bem que estes últimos por menos tempo, devido ao piso elevado e posição elevada das pernas (regulação do AC na 3ª fila).
A bagageira é enorme sem a terceira fila de bancos colocada e obviamente mais diminuta com os bancos colocados, mas sempre suficiente para as necessidades do utilizador deste tipo de viaturas.
EM ESTRADA
A Hyundai sempre nos presenteou com viaturas com uma condução e comportamento dinâmico eficaz. Os modelos da marca “apontam baterias” à armada alemã, no rigor de construção mas também no comportamento e conforto. Assim, a primeira sensação ao subir para o Santa Fe é que não assusta a sua dimensão quando circulamos com o mesmo, tanto em cidade como estrada. O motor não marca presença incómoda no habitáculo, a caixa de 8 velocidades automática é intuitiva e eficaz (as patilhas nem são necessárias de utilizar, tal a leitura correta que a caixa faz da estrada) e o conforto do Santa Fe está bem patente. Contudo, sendo mais confortável e com um centro de gravidade elevado, a ilação que podíamos retirar era que tal condicionava o comportamento em curva e a leitura da estrada. Nada disso. Não existe aquela aleatoriedade que muitas vezes encontramos em alguns SUV, onde o centro de gravidade mais alto e a concessão ao conforto condicionam o comportamento em curva e o adornar da carroçaria. O intervalo de confiança é por isso elevado.
Os 200 cavalos sentem-se, mas convém recordar que esta viatura também pesa quase 2 toneladas e, por isso, não se trata de um desportivo, mas de um SUV bem despachado.
Existem também vários modos de condução ECO, SPORT e SMART que esteticamente alteram o grafismo do painel de instrumentos e o funcionamento do motor e caixa, sendo que se notam diferenças na disponibilidade e parametrização do motor.
CONSUMOS, PREÇO E SEGURANÇA
Falar de consumos numa viatura com 2 toneladas, 2.200cm3; SUV e com 200Cv é também aferir se o mesmo é desadequado face à concorrência e, não o é. Conseguimos fazer consumos perto de 6 litros até 10 litros em cidade, numa viatura que possui elevados níveis de segurança passiva e ativa e que nesta versão de topo ronda os 60.000€ com… 7 anos de garantia
Em resumo, trata-se de uma aposta da marca num segmento onde também existe muita concorrência mas onde a marca se pretende cada vez mais integrar. E o modelo possui valências que lhe permitem tal entrada.