Até 20 mil pessoas na Inglaterra, Escócia e País de Gales de todas as idades e classes sociais estão a ser convidadas a participar num novo estudo, financiado pelo Governo do Reino Unido, durante pelo menos 6 meses, para rastrear a extensão das pessoas que já tiveram contacto com o novo coronavírus.
O estudo vai medir os anticorpos no sangue de cada pessoa para ajudar a determinar qual a proporção da população que já teve a infeção, a duração da imunidade após a infeção e o porquê do vírus afetar as pessoas de maneira diferente.
O estudo liderado pelo UK Biobank e apoiado pelo Departamento de Saúde e Assistência Social (DHSC), do Reino Unido, foi desenvolvido pela Wellcome Trust, e cientistas da Universidade de Oxford.
Os participantes do estudo são escolhidos entre voluntários já aprovados do Biobank no Reino Unido, bem como filhos adultos e netos, o que ajudará a garantir que todas as regiões, idades e grupos socioeconómicos estejam representados.
Por mês, os participantes são solicitados a fornecer uma amostra de sangue através de uma picada no dedo e a preencher um breve questionário sobre quaisquer sintomas relevantes que possam ter experimentado. As amostras não identificadas são devolvidas ao UK Biobank para processamento antes de serem enviadas para testes de anticorpos validados na Universidade de Oxford.
Com estas informações pretende-se ajudar a informar uma futura estratégia do Governo inglês sobre a resposta contínua ao vírus, incluindo medidas de confinamento e de distanciamento social. Os primeiros resultados deverão estar disponíveis no início de junho.
Matt Hancock, Secretário de Estado da Saúde e Assistência Social, referiu: “A nossa resposta a esta pandemia é justamente guiada pela ciência e baseada nas melhores evidências disponíveis, por isso estou determinado a fazer tudo o que pudermos para aprendermos mais sobre o coronavírus”.
O investigador principal do Biobank do Reino Unido, Sir Rory Collins, referiu: “Acreditamos que a maioria das pessoas apresenta sintomas leves ou inexistentes de infeção por coronavírus, mas uma pequena proporção fica muito doente. Este estudo ajudará a determinar a proporção de pessoas que foram infetadas e, o que é crucial, por quanto tempo elas estão imunes a novas infeções”.
Abby Taylor, chefe de estratégia e desempenho da Wellcome, referiu: “Este estudo reunirá dados valiosos para entender melhor a COVID-19 e fornecerá um excelente recurso para a comunidade científica entender a propagação da infeção e ajudar a orientar os esforços nacionais para facilitar o confinamento”.
O especialista acrescentou que “a compreensão da imunidade a este vírus é crucial para prever futuros riscos representados pelo coronavírus e apoiar o desenvolvimento de novos tratamentos e vacinas”.
Naomi Allen, cientista-chefe do UK Biobank, referiu: “Um teste preciso para medir os níveis de anticorpos contra o coronavírus, vai ajudar a entender qual a proporção da população que foi infetada e por quanto tempo a imunidade vai durar. Portanto, este estudo é extremamente importante para nos ajudar a gerir as consequências a longo prazo da pandemia”.
A Presidente Executiva do Conselho de Pesquisa Médica, Fiona Watt, referiu: “Este estudo destaca mais uma vez os benefícios de nosso investimento de longo prazo no Biobank do Reino Unido. A parceria entre os investigadores e os voluntários do Biobank no Reino Unido – que se estende por gerações – é realmente notável”.