Na segunda-feira, o Primeiro-Ministro (PM) britânico Boris Johnson foi transferido para uma unidade de cuidados intensivos hospitalar depois dos sintomas de coronavírus terem pioraram. Boris Johnson, que ganhou as eleições em dezembro de 2019 com uma vitória esmagadora do Partido Conservador, ao apresentar uma proposta para o Brexit.
Quando a pandemia pelo coronavírus começou a espalhar-se no Reino Unido, Boris Johnson começou por se opor a medidas de confinamento, defendendo que uma rápida disseminação do vírus criaria “imunidade de grupo”.
Alexandra Cirone, da Universidade de Cornell e especialista em política europeia, referiu que a com o agravar da condição de saúde de Boris Johnson é colocada a questão de como pode ser uma seleção de uma nova liderança de emergência para o Partido Conservador do Reino Unido.
A especialista referiu: “Esta hospitalização do PM ocorre depois que uma onda de políticos também ter sido diagnosticada com COVID-19, incluindo o negociador da UE para o Brexit Michel Barnier, o Ministro da Cultura francês Franck Riester e pelo menos 24 membros do parlamento iraniano”.
No entanto, o caso de Boris Johnson é particular porque seu governo demorou a agir em resposta à COVID-19. Ele parecia ignorar evidências de especialistas em mitigar a pandemia usando medidas de confinamento e distanciamento social, em favor de uma abordagem equivocada de “imunidade de grupo”.
“Os políticos estão em risco – os líderes trabalham longas horas (principalmente durante uma crise), entram em contato com uma grande variedade de cidadãos e, às vezes, levam estilos de vida pouco saudáveis. No entanto, esses e outros casos de pessoas que ocupam altos cargos demonstram, entre outras coisas, que ninguém está imune ao vírus e que todo governo deveria tomar medidas drásticas para retardar a disseminação”, referiu Alexandra Cirone.
De notar que no caso de um primeiro-ministro do Reino Unido morrer durante o exercício do cargo, não há ordem de sucessão por escrito. O PM não é substituído pelo vice-primeiro ministro (como acontece com o vice-presidente, no caso dos EUA). Em vez disso, a rainha terá de nomear um primeiro-ministro substituto, dentre uma escolha de candidatos (idealmente um) apresentados pelo partido no governo. “Se o Partido Conservador puder garantir uma seleção clara da liderança de emergência, o governo poderá adaptar-se melhor; no entanto, a escolha não é óbvia, indicou a especialista da Universidade de Cornell.
“Dominic Raab é o atual ministro dos negócios estrangeiros, mas há outros ministros proeminentes que também possam ocupar o cargo. Os cidadãos, por outro lado, não sabem ou surpreendentemente parecem apoiar o recém-nomeado Chanceler do Tesouro, Rishi Sunak. Dada a crise, o Partido Conservador estaria assim bem servido para garantir que qualquer seleção de liderança de emergência seja eficiente e incontroversa” conclui Alexandra Cirone.