Ao entrarmos no quarto mês desde o início da pandemia de COVID-19, estou profundamente preocupado com a rápida escalada e a disseminação global da infeção, referiu, hoje, Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), e continuou: “Nas últimas cinco semanas, testemunhamos um crescimento quase exponencial no número de novos casos, atingindo quase todos os países, territórios e áreas” e “o número de mortes mais que dobrou na semana passada. Nos próximos dias, chegaremos a um milhão de casos confirmados e 50 mil mortes”.
“Embora um número relativamente menor de casos confirmados tenha sido relatado na África e na América Central e do Sul, percebemos que o COVID-19 poderá ter sérias consequências sociais, económicas e políticas para estas regiões”.
Por isso “é fundamental garantir que esses países estejam bem equipados para detetar, testar, isolar e tratar casos e identificar contactos – estou encorajado por ver que isso está a ocorrer em muitos países, apesar dos recursos serem limitados”.
“Muitos países estão a pedir às pessoas que fiquem em casa e a parar o movimento da população, o que pode ajudar a limitar a transmissão do vírus, mas pode ter consequências indesejadas para as pessoas mais pobres e vulneráveis” referiu o líder da OMS.
Em face da situação o Diretor-Geral da OMS referiu: “Convidei os governos a implementar medidas de carácter social para garantir que as pessoas vulneráveis tenham alimentos e outros bens essenciais para viver durante esta crise”.
“Na Índia, por exemplo, o primeiro-ministro Modi anunciou um pacote de 24 mil milhões de dólares, incluindo refeições gratuitas para 800 milhões de pessoas desfavorecidas, transferências de dinheiro para 204 milhões de mulheres pobres e gás doméstico grátis para 80 milhões de famílias nos próximos 3 meses” explicou o líder da OMS.
Mas considera que muitos países em desenvolvimento vão lutar para implementar programas de apoio social, e para esses países, “o alívio da dívida é essencial para que possam cuidar do povo e evitar o colapso económico”. A OMS, o Banco Mundial e o FMI estão a trabalhar para que haja um alívio da dívida para os países em desenvolvimento.