Uma perda repentina de olfato ou uma redução do paladar pode indicar estar com COVID-19, mesmo antes que outros sintomas apareçam, referiu a Academia Americana de Otorrinolaringologia (AAO). A Academia propõe que estes sintomas sejam adicionados à lista dos indicadores para triagem de possíveis infeções pelo novo coronavírus.
A Academia Americana recomenda que as pessoas com esses sintomas, mesmo sem outras doenças respiratórias, como alergias ou constipações, devem alertar o médico e considerar seriamente a quarentena e testes à COVID-19.
“Como as pessoas não apresentam outros sintomas, não podem saber se devem autocolocarem em quarentena, e assim podem continuar a espalhar o vírus”, referiu Rachel Kaye, investigadora de otorrinolaringologia da Rutgers New Jersey Medical School. A investigadora que explicou a conexão entre os dois sentidos e a COVID-19 está a rastrear estas ocorrências.
Como a perda do olfato ou do paladar pode ser um sintoma precoce de COVID-19?
■ Os vírus são uma causa comum de alterações no olfato ou no paladar que podem ocorrer com uma infeção respiratória superior. Uma infeção viral pode resultar numa inflamação e inchaço do revestimento da cavidade nasal, levando à congestão nasal, que por sua vez causa uma alteração no olfato. Em segundo lugar, existem evidências de que a infeção viral pode levar a danos neurológicos nos recetores e neurónios do olfato.
A perda do olfato ou do paladar pode ter causa diferente da COVID-19?
■ Sim certamente. Se tiver uma infeção respiratória superior com congestão nasal, a diminuição do fluxo de ar nasal pode alterar significativamente a sensação olfativa. Além disso, muitas infeções bacterianas e virais, principalmente as respiratórias superiores, podem causar alterações no olfato. Existem outras causas para alteração do olfato, incluindo doença sinusal, efeitos colaterais de medicamentos, tabagismo, distúrbios neurológicos, trauma e envelhecimento normal, para citar apenas alguns.
O que devem as pessoas fazer se tiverem perda do olfato ou do paladar?
■ Os pacientes devem falar com o médico de família ou o otorrinolaringologista sobre os sintomas específicos e possível exposição à COVID-19. Se houver uma exposição conhecida à COVID-19, a pessoa poderá autoisolar-se até que seja obtido um diagnóstico definitivo, por teste. Dito isto, embora as evidências estejam a aumentar, ainda não existem estudos científicos publicados sobre esse assunto, pelo que faltam protocolos rigorosos para lidar com as pessoas que apresentam esses sintomas.