O Diretor-Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa Hans Henri P. Kluge referiu que há atualmente três prioridades para todos os países e respetivos governos na atual situação de emergência, sendo a primeira a que considera mais importante.
■ É preciso conter e erradicar de forma rápida, sólida e rigorosa os surtos de COVID-19 assim que aparecerem: devemos responder sem demora, se não as ações de saúde pública, e as consequências socioeconómicas serão muito mais difíceis, mesmo se agirmos com um atraso de um ou dois dias.
■ Mesmo quando a transmissão da comunidade estiver bem estabelecida deve ser mantido o foco na contenção e erradicação. Manter o foco nas funções essenciais de saúde nas comunidades é vital para o bem da população e dos serviços de saúde.
■ Cada um dos países, e nas comunidades devem encontrar contatos, testar casos suspeitos, isolar pacientes e ajudar as pessoas a se protegerem e reduzir a taxa de transmissão.
■ Preparar e estar pronto, para isso todos os indivíduos, todo pessoal de saúde, todos os serviços de saúde devem estar prontos para proteger e cuidar. A prontidão e a capacidade dos hospitais são cruciais. Todos os países devem equipar as suas unidades de saúde para gerir o fluxo de pacientes e proteger os profissionais de saúde.
■ Todos os países devem considerar o distanciamento social. Queremos coesão social, mas temos que manter distâncias físicas. Ao mesmo tempo, precisamos entrar em contato com pessoas em estado de ansiedade, sabendo que o confinamento é extremamente stressante: as pessoas estão ansiosas, as famílias acham difícil trabalhar em casa e fazer cursos à distância ou, e é particularmente preocupante, estão ansiosos porque estão perdendo os rendimentos devido ao encerramento dos negócios e à redução de oportunidades de emprego. Sempre temos que pensar no futuro: qual será a situação daqui a 2 semanas ou a 2 meses?
■ Muitos países europeus estão a tomar medidas para aplanar a curva epidémica e erradicar os surtos de COVID-19. Pode aprender-se com as diferentes estratégias de contenção e mitigação que podem ser aplicadas para reduzir o número de novos casos por um período mais longo. Isto aumenta as hipóteses dos serviços de saúde virem a ser equipados para fornecer cuidados com segurança de qualidade.
Hans Henri P. Kluge concluiu com três mensagens e solicitações aos governos:
■ Estabelecerem contato entre si e coordenar a resposta, para garantir que as medidas adotadas por um país ajudem na resposta realizada por outros, sem as prejudicar;
■ Continuar a liderar a resposta com os recursos necessários e a agir em solidariedade, incluindo todos e não deixando ninguém para trás, enquanto ajuda os mais vulneráveis;
■ Incentivar as comunidades e os setores da sociedade a colaborar promovendo uma resposta de todo o governo.