O INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial está a desenvolver equipamentos para testar e validar o funcionamento, no espaço, da primeira antena europeia desdobrável de grandes dimensões. Uma antena que é indispensável e crítica nos satélites.
A antena tem uma arquitetura escalável de 5 a 20 metros de diâmetro, e inclui um refletor e um braço desdobráveis. Estes avançados equipamentos estão a ser desenvolvidos e testados pelo consórcio WeLEA, constituído por 15 parceiros de seis países europeus, que inclui o INEGI. Ao Instituto português cabe o desenvolvimento dos equipamentos para validar o comportamento da antena em terra e caracterizar o seu funcionamento em órbita, antes do lançamento desta para o espaço.
“Nós vamos desenvolver cinco equipamentos de teste, dos quais dois já estão prontos. O primeiro foi para a Airbus, na Alemanha, com o objetivo de medir a precisão da superfície do refletor e testar a Radio Frequência, em gravidade zero. O segundo foi integrado na semana passada, na Large Space Structures, também na Alemanha, e vai servir para validar a funcionalidade dos vários sistemas do refletor”, explicou Filipe Lopes, responsável pelo projeto no INEGI, citado em comunicado.
Durante este ano, a produção e respetiva montagem dos três equipamentos em falta será finalizada. “Vamos enviar dois para o Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial (INTA), em Espanha, para realizarem testes em câmara de vácuo e de vibração. O terceiro será utilizado nas instalações do INEGI para a realização dos testes de abertura, repetibilidade e distorção térmico-elástica do braço da antena”, acrescentou Filipe Lopes.
As tecnologias para o espaço servem, atualmente, um conjunto alargado de setores económicos, que beneficiam diretamente das suas diversas potencialidades. A antena que está a ser desenvolvida no âmbito do projeto LEA – Large European Antenna serve para cumprir requisitos técnicos determinantes para as suas missões estratégicas, como a observação da Terra, as telecomunicações e as missões científicas. Já o novo refletor de grandes dimensões tem ainda a particularidade de permitir maior sensibilidade e resolução na comunicação e obtenção de dados.
O projeto europeu LEA – Large European Antenna, tem coordenação administrativa da empresa portuguesa Frezite High Performance Lda, financiamento no âmbito do programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, e é desenvolvido pelo consórcio WeLEA com enquadramento na experiência e apoio da Agência Espacial Europeia.