Desde dezembro de 2019 que um novo coronavírus originário de Wuhan, na China, já matou pelo menos 26 pessoas e perto de 1000 já se encontram doentes. Os infetados continuam a espalhar-se por todo o Mundo, desde a Ásia aos EUA.
Em resposta ao surto em evolução, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, estão a encaminhar os viajantes provenientes da cidade chinesa de Wuhan para os Estados Unidos para cinco aeroportos para triagem no JFK Nova Iorque, São Francisco, Los Angeles, Atlanta e O’Hare, em Chicago.
Por sua vez o Governo chinês colocou em quarentena a cidade de Wuhan, encerrando o aeroporto e os transportes públicos, e expandiu a paralisação dos transportes públicos a pelo menos mais quatro cidades.
Debra Chew, professora assistente de medicina na Rutgers New Jersey Medical School e diretora médica para prevenção e controlo de infeções no University Hospital em Newark, NJ, explica esta questão emergente de saúde pública.
O que é o coronavírus de Wuhan?
Trata-se de um novo vírus que até agora não tinha sido identificado em humanos. Pertence a uma grande família de vírus chamados coronavírus. Esses vírus podem causar doenças respiratórias, como uma constipação comum, e doenças mais graves, como a síndrome respiratória aguda grave (SARS) ou a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS). Atualmente pouco se sabe sobre o coronavírus de Wuhan, mas o CDC e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão a investigar para terem mais conhecimento sobre esse vírus, nomeadamente como ele se espalha e sua gravidade na saúde humana.
Os cidadãos devem se preocupar?
Embora qualquer novo vírus seja um sério problema de saúde pública, o risco imediato para a saúde pública, nomeadamente a americana, é considerado baixo, neste momento. Pensa-se que o vírus tenha uma disseminação limitada de pessoa para pessoa, e o CDC e a OMS estão a conduzir investigações para adquirir mais conhecimento sobre o grau dessa disseminação.
O que sabemos sobre como se espalha o vírus?
Embora muito do novo coronavírus ainda seja desconhecido, ele pode ter sido transmitido aos seres humanos a partir de uma fonte animal, pois muitos dos primeiros casos confirmados estavam ligados a um mercado pescado e de animais vivos em Wuhan, na China, que atualmente se encontra fechado. Alguma disseminação está a decorrer de pessoa para pessoa devido em contato próximo com um paciente infetado, casos que estão a ser investigados.
Quais são os sintomas e riscos para a saúde?
Sintomas comuns, como febre, tosse, falta de ar e dificuldades respiratórias, que são como os que se manifestam noutras doenças respiratórias. Em casos mais graves, a infeção pode causar pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, insuficiência renal e até a morte. A doença parece ser mais grave naqueles que têm condições médicas debilitantes ou no caso de um sistema imunológico enfraquecido, em idosos e muito jovens.
Qual é o tratamento?
Como em muitos outros vírus, não há tratamento específico, mas muitos dos sintomas podem ser tratados e os cuidados de suporte às pessoas infetadas podem ser altamente eficazes. Como se trata de um novo vírus, não há vacina e pode levar vários anos até que seja desenvolvida uma nova vacina.
Como pode ser feita a prevenção?
Os viajantes devem seguir as recomendações padrão para reduzir a exposição e disseminação de uma variedade de infeções. Isso inclui lavar as mãos frequentemente com água e sabão durante pelo menos 20 segundos, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool, se não houver água e sabão, cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel ou com a manga da roupa, e não com as mãos, quando tossir ou espirrar, e evitar contato próximo com outras pessoas, se possível, sobretudo com alguém que apresente sintomas de uma doença respiratória, como tosse e espirro.