O Turismo gerou, em 2018, em Lisboa, mais de 14,7 mil milhões de euros e 201 mil postos de trabalho, revela um estudo realizado pela Deloitte para a Associação Turismo de Lisboa (ATL). Números que refletem a estimativa do impacto direto e indireto na geração de riqueza e no emprego da atividade turística.
Os dados do estudo permitem concluir que, em 2018, a produção total do setor do Turismo correspondeu a 20,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da Região de Lisboa. Com a produção total dos agentes da cadeia de valor do Turismo na Região de Lisboa a registar entre 2005 e 2018 um aumento médio anual de 11%, e nível de emprego no setor atingiu uma taxa de crescimento de 5,1%.
O desenvolvimento do Turismo tem gerado um outro conjunto de impactos que beneficiam os residentes na Região de Lisboa e os visitantes, nomeadamente a requalificação urbana, e o enriquecimento da oferta sociocultural, com a criação de um maior número de eventos e atividades de animação e equipamentos de lazer.
Esta dinâmica crescente das diferentes atividades e agentes da cadeia de valor do setor é resultado de uma estratégia concertada entre parceiros públicos e privados e reflete o efeito multiplicador do Turismo, enquanto setor de elevado impacto na economia de Lisboa e do país.
José Luís Arnaut, presidente-adjunto da ATL, referiu: “A forma como Lisboa tem dinamizado o desenvolvimento do Turismo tem permitido gerar riqueza nas diferentes atividades e agentes da cadeia de valor do setor, nomeadamente na construção, restauração, atividades culturais e comércio. Este é o caminho a manter, com os devidos ajustes em função da exigência, cada vez maior, associada ao patamar de excelência a que já chegámos”.
O valor das receitas gerado pelos estabelecimentos hoteleiros, na Região de Lisboa, continua a crescer desde 2012, e atingiu, em 2018, o preço médio por quarto de 108,57 euros. O alojamento local continua a afirmar-se, e gerou mais 37,7% em receitas, em relação a 2017.
Na restauração, o aumento de 26% em receitas permitiu superar os 900 milhões de euros, em 2018, devido ao aumento de turistas, e do gasto médio diário por turista, em cerca de 8%, e da estada média.
No setor dos transportes, o crescimento da atividade turística refletiu-se num crescimento de 13% das receitas geradas, mantendo a tendência verificada desde 2009. Entre 2017 e 2018, este crescimento situou-se nos 13,3%, o que representa um crescimento médio anual de aproximadamente 10% desde 2005.
As receitas geradas pelo Turismo de Negócios cresceram cerca de 18%, entre 2017 e 2018, tendo passados os 260 milhões de euros, e o número de participantes subiu mais de 50 mil participantes, para um total de cerca de 300 mil.
No golfe, à semelhança do que já se tinha verificado em 2017, verificou-se uma melhoria das receitas provenientes de voltas realizadas por não sócios na Região de Lisboa, que representa um aumento de 5,86%.
Os gastos dos turistas no setor da cultura tem aumentado progressivamente, tendo atingido o valor de 98 milhões de euros em 2018. Face a 2017, assistiu-se a um aumento das receitas em museus e eventos e festivais de música.
A maioria dos turistas estrangeiros que visitaram Lisboa são provenientes do Brasil, França, EUA, Espanha, Alemanha, Reino Unido e Itália, que em média, gastaram 153,5 euros por dia e ficaram 4,5 noites na Região. O estudo indica ainda que 95,1% chegou de avião e que 93% visitou Lisboa em lazer, sendo que 83% o fez num registo de City & Short Break. Cerca de 90% dos turistas estrangeiros visitaram Lisboa pela primeira vez.
Vitor Costa, diretor geral da ATL e presidente da ERT da Região de Lisboa, referiu: “Estes resultados demonstram o acerto da estratégia de desenvolvimento regional do Turismo que tem vindo a ser implementada e colocam novos desafios à sustentabilidade económica, social, ambiental e territorial desta atividade, a que a implementação do novo Plano Estratégico recentemente aprovado tem que responder”.
Impacto do turismo no emprego
O emprego gerado por atividades do setor do Turismo tem vindo a crescer desde 2013, sendo os setores de animação turística e comércio os que mais aumentaram em termos de manutenção/ geração de postos de trabalho. Os mais de 96 mil postos de trabalho diretos decorrem de um crescimento de 6%, como resultado do aumento da atividade turística.