Charles Michel, Presidente do Conselho Europeu, na sua intervenção na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas – COP 25, em Madrid, referiu considerar três questões consideradas essenciais a abordar sobre o Clima. Por que precisamos fazer mais? Como podemos fazer mais? O que precisamos fazer?
Situação de “emergência climática”
Para Charles Michel a razão do porquê para fazer mais, assenta na atual situação de “emergência climática”, e indicou que as manchetes das notícias de hoje são dramáticas, como a notícia de que “o nível do mar está a subir mais rapidamente do que em 3.000 anos” ou que “a biodiversidade está a diminuir mais rapidamente do que em qualquer outro momento da história da humanidade: um milhão de espécies está ameaçada de extinção”.
Perante estas tendências alarmantes, Charles Michel, referiu “durante séculos, estivemos inconscientemente “em guerra” com a natureza. Exploramos demais os nossos recursos naturais, sem levar em consideração as consequências”.
A hora da “Revolução Verde”
Para o Presidente do Conselho Europeu agora é preciso mudar drasticamente a maneira como fazemos as coisas e revolucionar a nossa abordagem. Tivemos a revolução industrial, a revolução tecnológica, agora é hora da “Revolução Verde”.
“Hoje temos uma oportunidade única. Sejamos os guardiões do nosso planeta e, ao mesmo tempo, prosperemos economicamente, criando empregos, inovação e alta qualidade de vida. Recusamos opor-nos a um clima saudável e a um desenvolvimento saudável. Nós podemos fazer as duas coisas”, referiu Charles Michel e acrescentou: “A Europa mostrou que é possível ter uma economia a crescer, enquanto diminui as emissões. “Ficar verde” não significa “ficar sem dinheiro”.
“Como presidente do Conselho Europeu, tenho um objetivo claro: tornar a Europa o primeiro continente neutro em termos de clima no planeta até 2050. Portanto, seremos o campeão da transição verde”, afirmou Charles Michel.
Estratégia do BEI
Para Charles Michel indicou que para além de medidas concretas para um “cessar-fogo” com a natureza é necessário um “tratado de paz” com a natureza. Mas ainda para além das medidas é preciso um ambicioso Fundo Just Transition e que uma parte significativa do próximo orçamento europeu seja alocado ao clima.
Um trilião de euros, que é o montante ambicioso proposto pelo Banco Europeu de Investimento para com o setor privado supor uma estratégia sustentável. Até 2025, metade do financiamento do Banco Europeu de Investimento vai ser dedicado à Ação Climática e Sustentabilidade Ambiental. E até o final de 2020 o BEI compromete-se a alinhar todas as suas atividades de financiamento com os princípios e metas do acordo de Paris.
Para o Presidente do Conselho Europeu precisamos de uma nova abordagem que envolva o fornecimento de energia sustentável e acessível, um aumento de eficiência energética e a construção de uma economia circular, e isto “começa com a implementação do Acordo de Paris”.
Alterações Climáticas como oportunidade de desenvolvimento
“Ao longo da história humana, os obstáculos muitas vezes geraram enormes oportunidades para criar, inovar e construir uma vida melhor. Acredito que as alterações climáticas oferecem a mesma oportunidade: usar a ciência e a tecnologia para proteger e desenvolver nossas sociedades. Precisamos mudar a maneira como vemos essa transição verde, não como um fardo, mas como uma abertura e impulsionar nossas economias com tecnologias verdes”, acrescentou ainda o Presidente do Conselho Europeu.