O Conselho Cultural da Universidade do Minho (CCUM) distinguiu Patrícia Isabel Gomes Lucas com o Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2019, devido ao seu trabalho de análise do Partido Regenerador em Portugal no período da monarquia constitucional. Trata-se do maior galardão do país para jovens investigadores em História Contemporânea.
O CCUM distinguiu também com uma menção honrosa o trabalho de Maria Inês Rodrigues sobre o Massacre de 1953, em São Tomé e Príncipe. A entrega dos prémios e a apresentação dos trabalhos ocorre no próximo mês de dezembro.
No trabalho de Patrícia Gomes Lucas, “Partidos e política na monarquia constitucional: O caso do Partido Regenerador (1851-1910)”, pretendeu estudar, através da análise das caraterísticas específicas do partido, os motivos que garantiram a sua longevidade e que o distinguiram das restantes formações partidárias da época. A investigação pretendeu ainda analisar a evolução, funcionamento interno e a representação e comportamento do Partido Regenerador na sequência de duas eleições, em 1881 e 1901.
“Este é um prémio prestigiado nesta área da história, daí que esteja muito feliz por me ter sido atribuído. Fico ainda mais satisfeita por saber que uma tese, que demorou anos a ser produzida e que envolveu muito esforço, deu frutos e motivou o reconhecimento do meio académico”, referiu Patrícia Gomes Lucas.
O júri do prémio distinguiu ainda com uma menção honrosa Maria Inês Martins Birrento do Nascimento Rodrigues, pela obra “Espectros de Batepá: Memórias e narrativas do «Massacre de 1953» em São Tomé e Príncipe”. Um trabalho que pretende trazer para o centro da investigação, não apenas o evento histórico, mas toda a dimensão simbólica que acarreta.
O júri da 28ª edição do Prémio Victor de Sá foi presidido por Viriato Capela, professor catedrático da Universidade do Minho, e teve como vogais os docentes António Pires Ventura, da Universidade de Lisboa e João Paulo Avelãs Nunes, da Universidade de Coimbra.
O concurso foi bastante participado, o que revela o prestígio alcançado e a vitalidade da historiografia portuguesa contemporânea. O galardão nasceu em 1991 pelo humanista Victor de Sá, foi reconhecido como sendo de manifesto interesse cultural pela Secretaria de Estado da Cultura e é também apoiado por mecenas públicos e privados.
Patrícia Gomes Lucas investigadora de história politica
Patrícia Gomes Lucas é licenciada em História (2010) e mestre em História Contemporânea (2013) pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com uma dissertação subordinada ao tema Conde de Casal Ribeiro: um percurso político no liberalismo oitocentista (1846-1896).
É ainda doutorada em História Contemporânea (2019) pela mesma instituição, com uma tese subordinada ao tema “Partidos e política na Monarquia Constitucional: o caso do Partido Regenerador (1851-1910)”, que recebeu a qualificação de Muito Bom por unanimidade.
A investigadora participou em projetos de investigação nas áreas da história política, história económica e demografia em várias instituições científicas, e está integrada no Instituto de História Contemporânea (NOVA FCSH), onde colabora atualmente num projeto de investigação sobre a figura do engenheiro Frederico Ressano Garcia.
Patrícia Gomes Lucas é também membro da Comissão Organizadora das Comemorações do Bicentenário da Revolução de 1820. As suas principais áreas de investigação são história política, partidos políticos, eleições e representação, biografias e prosopografias.