Na comunicação ao país nas vésperas das eleições legislativas, que se realizam a 6 de outubro, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, começa por referir que tal como tinha feito em maio para as eleições europeias faz um apelo aos portugueses para votarem, agora para as eleições para a Assembleia da República.
O Presidente refere: “Os sinais económicos e políticos preocupantes no mundo e na Europa são hoje mais claros que em maio. O relacionamento imediato entre o Reino Unido e a União Europeia é hoje mais indefinido do que em maio. Os efeitos do ambiente internacional na nossa economia serão certamente importantes no período de quatro anos aberto pelas eleições de amanhã”.
Com as próximas eleições “os portugueses têm a possibilidade de dispor de várias escolhas que chegam a vinte e uma nalguns círculos eleitorais. O longo período de debate pré-eleitoral e eleitoral permitiu que listas e candidatos se desdobrassem em iniciativas de apresentação ou de confronto de ideias. Múltiplas entrevistas e debates proporcionaram oportunidades de observação e de ponderação dos eleitores. Todos fizeram o que se encontrava ao seu alcance para conquistarem o voto para as suas causas”.
“A Assembleia a eleger vai coincidir com realidades tão relevantes quanto a Conferência Mundial sobre os Oceanos no nosso País – em 2020, a Presidência Portuguesa da União Europeia – em 2021, o revigorar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – com Cimeiras em 2020 e 2022, os debates essenciais nas Cimeiras Ibero-Americanas – também em 2020 e 2022, os mandatos de portugueses em organizações cruciais”, refere o Presidente.
O Presidente refere que da Assembleia a eleger sairá um Governo “que terá tal como a própria Assembleia desafios de peso pela frente: superar efeitos negativos da queda da natalidade e do envelhecimento das populações; das alterações climáticas e de crises vindas de fora; apostar em mais crescimento; em mais emprego: no combate à pobreza e às desigualdades entre pessoas; mas também entre setores litorais e interiores do continente e entre áreas deste e as regiões autónomas; assegurar melhor educação e melhor saúde; garantir segurança social para um futuro mais longo; preparar para as mudanças na ciência e na tecnologia que moldarão o futuro.
Em face da situação e dos desafios o Presidente refere que “pedir aos portugueses que votem parece justo e mesmo urgente repito por isso o que disse em maio, agora por maioria de razão. Não votar é entregar a outros uma decisão que é nossa. E é perder autoridade para lamentar, para contestar, para recusar, o que, ao fim e ao cabo, seja resultado da apatia, do desinteresse ou do comodismo, dos que optem por não optar.
Perante tudo isto Marcelo Rebelo de Sousa conclui, referindo: “Neste dia 5 de outubro, que simboliza liberdade de pensar e decidir e também democracia na escolha e responsabilização de quem manda, o que vos peço é muito simples. Por convicção, por confiança, por rejeição, por realismo, por exclusão de partes, seja qual for a razão do vosso voto não deixem de votar amanhã. São quatro anos da vossa vida, da nossa vida.São quatro anos decisivos da vida de Portugal”.