Uma exposição sobre o Bom Jesus do Monte, que evoca a inscrição do santuário no Património Mundial da UNESCO e que se insere também no programa cultural “Braga Barroca” está na Biblioteca Pública de Braga (BPB).
A exposição, que está na BPB até 24 de outubro de 2019, é uma mostra que engloba dezenas de publicações, dois grandes painéis e um suporte de vídeo, podendo ser visitada gratuitamente no átrio da Biblioteca, na Praça do Município, de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h30 e 14h00 às 17h30.
Na BPB podem ser vistas publicações oitocentistas como guias do viajante, memórias, iconografias, um raro manuscrito de 1828, bem como postais, ensaios, notícias, periódicos e até dossiês especiais sobre os construtores do santuário – Rodrigo Moura Teles, André Soares, Carlos Amarante – sobre o elevador e os hotéis no Bom Jesus e, ainda sobre o centenário deste monumento em 1884, que foi alvo de edições sobre o programa das festas, os cartoons de Rafael Bordalo Pinheiro, o sermão solene, a peça “Marcha grave para piano” de Lúcio Santos, a exposição de flores e artigos de colaboradores como Camilo Castelo Branco.
A exposição é mais uma forma de “consagração deste ex-libris da cidade, que tem um valor universal excecional”. Para o historiador Paulo Pereira, o Bom Jesus é o sacro-monte mais monumental do mundo e um grande centro turístico e de peregrinação. O conjunto paisagístico e arquitetónico alia os estilos barroco, rococó e neoclássico, incluindo a basílica, os escadórios, uma via-sacra atravessando a mata, capelas com esculturas sobre a morte e ressurreição de Cristo, fontes, estátuas alegóricas, o terreiro dos Evangelistas e o parque.
O Bom Jesus do Monte serviu de inspiração para o santuário do Bom Jesus de Congonhas, no Brasil, que é Património Mundial desde 1985, bem como para os santuários de Matosinhos, do Calvário, em Viana do Castelo, da Peneda em Arcos de Valdevez, dos Remédios, em Lamego, do Bom Despacho, em Braga e de Santa Cruz em Barcelos.
Para a investigadora Mónica Massara, o Bom Jesus de Braga tem todos os elementos da “via dolorosa”: pórtico; capelas; fontes; igrejas e elementos essenciais do santuário primitivo, como: árvore; pedra; água; escadarias. Isto torna este monte um microcosmos de símbolos integrados à natureza, na união entre o céu e a terra, propícia à meditação e religião.