O Ministério da Defesa Nacional lançou ontem o concurso de conceção do novo Campus da Defesa que vai ocupar as instalações do histórico Regimento de Lanceiros 2, na Calçada da Ajuda, em Lisboa. O projeto, que João Gomes Cravinho, Ministro da Defesa Nacional (MDN), referiu ser “de interesse nacional”, já vêm dos ministros que o antecederam mas que agora vai avançar.
Para o Ministro o objetivo é dotar o Ministério, “de um espaço funcional e moderno, com as melhores condições de trabalho”, mas integrado com a memória do edifício histórico existente e tendo “com especial atenção as questões ambientais” e como “modelo a seguir por toda a Administração Pública”.
O investimento no novo Campus da Defesa
A realização do projeto deverá ser “financeiramente neutra, já que o novo Campus será totalmente financiado pela alienação do atual edifício em que se encontra instalado o Ministério da Defesa e o Estado Maior-General das Forças Armadas”, na Avenida Ilha da Madeira, em Lisboa.
O Ministro indicou que a expetativa é que dentro de quatro a cinco anos o projeto esteja concluído. No entanto o valor de investimento ainda não se encontra definido bem como o valor previsível da alienação do edifício da Av. Ilha da Madeira, que será a receita para custear o novo projeto.
João Gomes Cravinho referiu que “a avaliação do edifício é feita pela Direção geral das Finanças, mas atendendo que estamos a falar da qualificação de um espaço já existente, de um aproveitamento de uma estrutura que já existe (instalações do Regimento Lanceiros 2) e daquilo que são os valores imobiliários nesta parte da cidade (Av. Ilha da Madeira) temos plena confiança que poderemos atingir os objetivos que serão propostos pelos arquitetos que concorrem, no contexto das condicionantes financeiras, nomeadamente, no contexto da receita, que será gerada pela alienação deste edifício”. O Ministro concluiu: “Estou confiante que teremos os recursos necessários para fazer a obra”.
Novo Campus da Defesa
O novo Campus da Defesa vai ocupar as instalações do Regimento Lanceiros 2 na Calçada da Ajuda, um aquartelamento que tem uma área de 32 mil metros quadrados e onde se prevê a implantação de 8.625 metros quadrados. A área de construção deverá ser 34.500 metros quadrados, mais 21.000 metros quadrados de estacionamento subterrâneo.
Os atuais edifícios vão ser preservados de acordo com as orientações da Direção-Geral de Património Cultural, mas o futuro Campus da Defesa vai ser dotado das mais modernas tecnologias de construção, designadamente: eficiência energética nos sistemas de iluminação e climatização; sustentabilidade, como o reaproveitamento das águas das chuvas para rega ou serviços sanitários; sistemas de segurança, incluindo intrusão, incêndios, videovigilância e controlo de acessos; modernas redes de comunicações e instalações técnicas adequadas às classes de segurança de cada zona do edifício.
O objetivo é o novo campo poder possuir instalações para 1300 colaboradores, distribuídos por 500 gabinetes. Estão previstas 40 salas de reunião, um auditório principal com capacidade para 300 pessoas, um auditório secundário para 100 pessoas, um refeitório com capacidade em simultâneo para 300 pessoas e o Bar para 100 pessoas.
O Campus da Defesa vai também possuir um conjunto de estruturas partilhadas, como: Creche; Minimercado, Banco, Restaurantes, Ginásio de 125 metros quadrados, Balcão único de atendimento (interno e ao público); Vários espaços para refeição própria; Arquivo; Armazéns; Salão Nobre, Núcleo Museológico; Biblioteca; Mediateca; Centro de Dados; Salas de Vídeo-teleconferência segura; Núcleo de línguas; Oficinas de manutenção; Gabinete de Tecnologias de Informação e Comunicação; Gabinete de Segurança e Gabinete Médico do Campus da Defesa.
Fazem parte ainda outras estruturas específicas de cada uma das entidades que estão incluídas na transferência, como: o Laboratório de Polícia-Técnico-científica; a Sala de perícia informática da Policia Judiciária Militar e as Salas de audição da Inspeção Geral da Defesa Nacional.