Acaba de ser inaugurada a nova Residência Universitária do Campus da Ajuda, com capacidade para 184 estudantes, e com preços para estudantes bolseiros de 76,26 euros por mês e para estudantes não bolseiros a variar de 150 euros a 190 euros.
A inauguração foi feita pelo Primeiro-Ministro, António Costa, e nela participou também o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino superior, Manuel Heitor, Reitor da Universidade de Lisboa (UL), António Cruz Serra, e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.
Investimento de cerca de 5 milhões de euros
O Reitor da UL referiu: “Desde 1999 que estamos a tentar construir esta residência” que custou cerca de 5 milhões de euros” um valor que teve “o contributo de cerca de 2 milhões de euros” da venda dos edifícios “da antiga Faculdade de Medicina Veterinária que estava no local onde hoje está atualmente a sede da Polícia Judiciária”, na Rua Gomes Freire, em Lisboa, e o restante veio dos “ganhos financeiros que resultaram da fusão das Universidades”, a Universidade de Lisboa e a Universidade Técnica de Lisboa.
Mil camas dentro de ano e meio
António Cruz Serra referiu que está em andamento “um grande programa de construção de residências” e que dentro de um ano e meio haverá “mais de mil camas, para além daquelas que a Câmara Municipal de Lisboa possa disponibilizar, com a construção do antigo edifício da Segurança Social perto do Instituto Superior Técnico”.
Expansão da Residência do Campus da Ajuda
A residência que acaba de ser inaugurada vai ficar completa com a construção de uma segunda fase que dará ao edifício outra ala em que em termos de arquitetura “fecha o L que existe atualmente” e passará a ter um pátio central.
Para a realização da obra “foi feita uma consulta prévia a 10 empresas de construção civil e espero que no dia 12 de agosto tenhamos boas propostas” referiu o Reitor, e acrescentou que a nova ala vai disponibilizar “mais 120 lugares para estudantes”, assim, daqui a um ano ”teremos aqui 300 estudantes da Universidade no Campus da Ajuda”.
Limitar a litigância em tribunal
O Reitor indicou que está em curso a transformação do edifício da Cantina 2, em residência de estudantes, existindo já o projeto de execução para o primeiro edifício onde vão ser alojados 300 estudantes. António Cruz Serra espera iniciar a construção de todas estas residências ainda durante o ano de 2019, mas considera que pode não acontecer devido, no seu entender, “ao código do processo dos tribunais administrativos”.
Para António Cruz Serra no caso de uma “litigância em tribunal relativamente a qualquer obra, a obra fica parada”, e deu o exemplo de “um processo de transformação de alguns edifícios, que estão em muito mau estado, na Rua da Escola Politécnica, onde seriam construídas 80 habitações para estudantes”, mas “o processo está em tribunal, e está tudo parado”.
Para ultrapassar os problemas com as litigâncias, António Cruz Serra, sugeriu que o autor de uma ação em tribunal “teria de entregar uma caução de 25% do valor da obra, e se perdesse a ação ficaria sem a caução”, e considerou “que isso resolveria muitos dos problemas”.
Também estão em andamento, quer a construção destas residências, como a reabilitação do Pavilhão de Portugal, mas “todas estas obras podem ser postas em causa por uma litigância de um bom gabinete jurídico ou de um gabinete jurídico de uma grande empresa em que os juristas têm de mostrar também serviço”, neste contexto, o Reitor referiu: “Peço ao Governo que promova estas alterações. São alterações que defendem o interesse público, não defenderão seguramente o interesse de todas as grandes firmas de juristas mas julgo que é meu dever pedir isto ao Governo”.
Custos do alojamento para estudantes
Com o custo das camas em Lisboa a subiram e “no centro da cidade a verificarem-se preços de quartos que oscilam entre 500 e os 600 euros”, então “a maioria dos portugueses não consegue pagar onze vezes ou doze essa renda e isto não tem a ver com as propinas isto é um assunto muito mais importante e que temos que resolver”.
O Reitor referiu: “Temos um acordo prévio com a Câmara Municipal de Lisboa para a gestão da residência junto ao Instituto Superior Técnico que serão mais 355 camas, a residência da Av. 5 de Outubro, que é iniciativa do Governo dará, julgo, 700 camas”, e todas estas camas não são “a mais para Lisboa, e ajudaremos a regular o preço de mercado que é uma das coisas que é preciso fazer em Lisboa”.