A seleção nacional de hóquei em patins, campeã europeia na modalidade, foi condecorada com a comenda da Ordem do Mérito pelo Presidente da República, no Palácio de Belém. Na cerimónia o Presidente referiu que o reconhecimento do mérito é duplo, porque “é difícil ser-se campeão da Europa em qualquer modalidade desportiva”, e porque “há dezoito anos que não ganhávamos, em seniores, o campeonato da Europa”.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa fez uma passagem pela história do hóquei em patins, como modalidade desportiva em Portugal, sobretudo a partir do final da década de 40 do século passado, e lembrou nomes de alguns atletas, como o do guarda-redes Matos, o de Jesus Correia e de Correia dos Santos.
Mas, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou também os relatos dos jogos pela rádio, referindo-se aos relatos de Artur Agostinho, como “emocionantes”, e da passagem para a transmissão dos jogos pela televisão, em que “houve um momento inicial de desilusão, porque as câmaras no início não conseguiam acompanhar a rapidez das jogadas”.
Agora no hóquei em patins “somos os melhores da Europa, porque ganhamos o campeonato europeu, jornada após jornada”, e lembrou que no espaço de uma semana, “vencemos o campeonato da Europa em futebol, vencemos o campeonato da Europa em hóquei em patins e tivemos sucessos notáveis, do melhor que havia na Europa, nomeadamente em atletismo”.
“Não há, em termos de sucesso nacional e de orgulho dos portugueses, modalidades de primeira, segunda, terceira ou quarta. Há só modalidades de primeira. E quando somos os melhores da Europa, somos melhores da Europa de primeira”, disse o Presidente da República.
Para João Miguel Rodrigues, capitão da seleção portuguesa de hóquei em patins “este ano é o ano do desporto português”, e no seu caso, indica que “é uma sensação única, é uma oportunidade que se tem uma vez na vida. É o reconhecimento do esforço de uma vida inteira dedicada a este desporto”.
Sobre o campeonato do Mundo de hóquei em patins, João Rodrigues disse: “O campeonato do mundo, em setembro de 2017, será um objetivo que queremos alcançar”, mas neste momento “ainda estamos a viver o momento” e “a perceber aquilo que realmente atingimos”, mas acrescentou: “Nós queremos voltar aqui com novos títulos”.
O capitão lembrou, também, que “a linha entre o sucesso e o insucesso é muito ténue”, pelo que apenas há um caminho, que é “continuar a trabalhar bem, para que os sucessos se voltem a repetir”.
No hóquei em patins os sucessos de Portugal tem sido muitos e lembrou que “Portugal é o atual campeão europeu de sub-17 e de sub-20, campeão do mundo de sub-20, vencedor da taça latina sub-23”. Para o atleta, o hóquei em patins é uma “modalidade que é tão nossa, que faz parte da nossa identidade, da cultura do povo português”.
Para Luís Sénica, selecionador nacional de hóquei em patins, “em circunstâncias de igualdade nós somos capazes de provar à Europa e ao Mundo que somos fantásticos”, e para a equipa o título de campeões da Europa tem particularidades, “uma delas, é ser o farol definitivo do trabalho que nós todos temos feito em Portugal em relação ao hóquei em patins”.
Mas outra das particularidades é para o selecionador, “o trabalho dos pais, depois numa segunda linha, dos clubes, dos seus dirigentes, dos seus treinadores, dos atletas, das estruturas das associações e da federação. É um trabalho coletivo!”
Mas o título europeu possui ainda outra particularidade, a de que “a partir de agora estamos mais seguros do nosso caminho, e o campeonato do mundo está nos horizontes” da equipa para ser atingido.