União Europeia une apoio para Moçambique no seguimento do ciclone IDAI

Sistemas de purificação de água, hospitais de campanha, equipas médicas de emergência e equipas de socorro, bem como diversos bens são algumas das ajudas que a União Europeia, através dos Estados-Membros, estão a apoiar Moçambique.

Edifício da Comissão Europeia em Bruxelas
Edifício da Comissão Europeia em Bruxelas. Foto: ©Rosa Pinto

A pedido de Moçambique a Comissão Europeia ativou o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia para ajudar as pessoas afetadas pelo impacto devastador do ciclone IDAI.

O apoio tem sido coordenado pelo Centro de Coordenação de Resposta de Emergência (CCRE) da Comissão Europeia, um apoio oferecido por diversos países: Áustria, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Luxemburgo, Espanha, Reino Unido e Portugal.

Desde 23 de março de 2019 está em Moçambique uma Equipa de Proteção Civil Europeia a assegurar a coordenação logística e a distribuição da ajuda prestada pelos Estados-Membros da União Europeia.

Marius Dogeanu, chefe da Equipa de Proteção Civil Europeia na Beira, referiu: “A nossa principal prioridade, desde o início, é garantir que a ajuda enviada pelos Estados-Membros chega às pessoas necessitadas em tempo útil”.

“Os hospitais de campanha estão agora a funcionar, bem como os sistemas de purificação de água”, afirmou Marius Dogeanu, e acrescentou: “Coordenamos a distribuição de tendas e outros bens essenciais necessários às pessoas que perderam tudo no ciclone, para além de outras ações de socorro, como a limpeza de destroços em espaços abertos para possibilitar a construção de abrigos. Continuamos os nossos esforços para ajudar as pessoas afetadas”.

Até agora já foram enviados pelos Estados-Membros da UE, cerca de 60.000 elementos de emergência e oito módulos (equipas de especialistas em proteção civil com equipamento). A ajuda inclui:

equipamento de purificação de água;

equipas médicas de emergência;

tendas e equipamento de abrigo;

kits de higiene;

alimentos;

colchões;

telecomunicações por satélite para os trabalhadores humanitários no terreno.

A Comissão Europeia financiou 75 % das despesas de transporte dos módulos, no montante total de cerca de 4 milhões de euros.

Foi enviada para Moçambique uma equipa de 11 peritos de sete Estados-Membros: Alemanha, Finlândia, Países Baixos, Portugal, Roménia, Suécia e Eslovénia, para ajudar na logística e no aconselhamento, e o Serviço de Proteção Civil e de Operações de Ajuda Humanitária da União Europeia também enviou peritos humanitários para a Beira, em Moçambique, no rescaldo imediato do ciclone para avaliar a necessidade de ajuda humanitária.

A Comissão concedeu 2 milhões de euros para apoiar parceiros humanitários em Moçambique, bem como 150 mil euros para a Cruz Vermelha de Moçambique. Os serviços de cartografia por satélite Copernicus da UE ajudaram a delimitar as áreas afetadas e a planear operações de socorro.

A prevenção de um surto de uma doença constituiu uma das principais preocupações desde o início dos esforços de socorro em Moçambique, pelo que para além dos equipamentos de purificação de água enviados para fornecer água limpa e potável, um epidemiologista do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças está a apoiar a coordenação das equipas médicas de emergência e outras atividades de saúde pública.

A promoção do saneamento e da higiene e o transporte rápido de medicamentos para locais remotos contam-se entre as ações realizadas em Moçambique por parceiros humanitários apoiados pela UE.

Ajuda oferecida por Estado-Membro da União Europeia

Áustria: Foram oferecidos principalmente fogões de cozinha e encerados

Dinamarca: Operacionalizar o Hospital de Maturungu, fornecimento ao hospital de cerca de 10.000 litros por dia de água potável.

França: Foram oferecidas tendas, encerados, kits de higiene, comprimidos de purificação, sistemas de purificação de água, kits de ferramentas manuais, dispositivos médicos, luzes solares, geradores de energia, kits solares.

Alemanha: Foi oferecido sistema de purificação de água que propicia água potável a 12 mil pessoas em quatro aldeias, enviada equipa médica de emergência. Uma equipa envolvida na reparação e na reabilitação de poços, Uma clínica de emergência móvel e uma equipa de emergência que chegou à Beira, a 4 de abril. A equipa é composta por 23 membros, incluindo 3 médicos e 9 paramédicos. A clínica pode tratar 50 doentes por dia e tem capacidade de estabilização para 20 doentes por dia.

Itália: Foi enviado um Hospital de Campanha com 57 pessoas, dos quais 11 médicos. Encontra-se numa área junto ao hospital central da Beira. Pode receber 100 doentes por dia e tem 20 camas de doentes internados. Tem capacidade para 7 grandes operações e 15 operações menores por cada 24 horas.

Luxemburgo: Foi enviado um sistema de telecomunicações móveis e por satélite criado para restabelecer a comunicação após uma catástrofe e apoiar os esforços de coordenação de organizações humanitárias/de gestão de catástrofes no terreno.

Portugal: Foi enviada uma equipa de socorro de 20 membros para diferentes tipos de intervenções para além das operações de salvamento e socorro, incluindo o transporte para zonas isoladas e o transporte estratégico de água. Disponibilização de centenas de litros de água potável por dia e vigilância aérea em Buzi. Uma equipa de 30 elementos e 12 embarcações, para transporte alimentar assistido da Beira para Buzi. Foram enviados bens essenciais. Uma equipa de 15 peritos a partir de 1 de abril. Uma equipa de emergência de 28 elementos.

Espanha: Enviou produtos de higiene e de cozinha, e um Hospital de Campanha para Dondo, com uma equipa multidisciplinar de 63 membros com experiência em contextos humanitários e proveniente de diferentes áreas médicas, incluindo cirurgia, urgências, reanimação, farmácia e laboratório. Tem capacidade para tratar até 200 doentes por dia e tem 20 camas de hospital.

Reino Unido: Forneceu tendas, kits de abrigo, cobertores, filtros de água, cubos para purificação de água, iluminação e sinalização solares, geradores de eletricidade, gerador para torres de iluminação.