O Grupo 3B’s da Universidade do Minho (UMinho) é um dos dez fundadores do projeto ‘Restore’, para o desenvolvimento, durante a próxima década, de terapias avançadas capazes de curar doenças crónicas e colocar a Europa na vanguarda a nível mundial. O projeto acaba de ser selecionado como finalista do programa ‘Large-Scale Research Initiative’ (anterior FET Flagship), para o financiamento até mil milhões de euros da União Europeia e de outras entidades.
Nesta competição pan-europeia, tendo em vista o futuro Horizonte Europa 2021-2027, foram selecionados, entre 33 propostas, mais cinco projetos, que dispõem agora de um ano e um milhão de euros para consolidarem as suas propostas e prepararem as respetivas agendas científica e tecnológica em áreas estratégicas para a Europa. Das propostas vão surgir os futuros projetos-âncora da União Europeia em termos de investigação de grande dimensão.
Os proponentes do ‘Restore’, inserido na área ‘Health and the Life Sciences’, estão a definir um roteiro de terapias avançadas para o período 2021-2030, que em algumas terapias já tiveram ensaios clínicos. “Trata-se de novas modalidades de tratamento, como terapia celular e genética e engenharia de tecidos, que vão proporcionar melhorias sustentadas e até curas em pacientes com doenças crónicas, substituindo os atuais tratamentos que são muito pouco efetivos”, afirmou Rui L. Reis, diretor do Grupo 3B’s, vice-reitor da UMinho para a Investigação e Inovação e membro da direção do projeto.
Se o projeto ‘Restore’ for selecionado, o consórcio vai dispor nos próximos dez anos de mil milhões de euros para conceber um conjunto de tratamentos transformadores para os doentes e para a sua qualidade de vida. Mas o consórcio pretende ainda promover investigação de topo, criar empresas inovadoras e envolver o público e os doentes, e por isso a agenda científica do consórcio promete ter impacto na ciência e tecnologia, bem como garantir vantagens competitivas para a indústria europeia e benefícios para a sociedade.
“As terapias avançadas são uma potencial mudança de paradigma e pretendem deslocar o foco do ‘tratamento crónico da doença’ para a ‘cura e regeneração da saúde’. Tem havido um número crescente de doentes terminais curados, mas, ao mesmo tempo, surgem obstáculos na implementação dessas terapias na rotina clínica”, afirmou Rui L. Reis.
O diretor do Grupo 3B’s acrescentou: “O ‘Restore’ oferece uma oportunidade única para superar os obstáculos decorrentes da tecnologia, produção, gestão clínica e reembolso pelos sistemas. Estamos empenhados em transformar a investigação em terapias seguras que curam pacientes, através de um trabalho interdisciplinar e em vários países. O know-how da UMinho em engenharia de tecidos e medicina regenerativa será certamente muito útil e complementará as competências dos nossos parceiros académicos e industriais.”
O consórcio ‘‘Restore’ é liderado pelo imunologista Hans-Dieter Volk, da Charité – Universitätsmedizin Berlin, Alemanha, e integra na sua comissão diretiva, além da UMinho, a Universidade de Zurique, na Suíça, o Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa, em França, as empresas TissUse e Miltenyi Biotec, na Alemanha, Pluristem de Israel e Innovation Acta de Itália, o centro de inovação Cell and Gene Therapy Catapult, no Reino Unido, e a Fondazione Telethon Milan, em Itália. O projeto envolve mais de 250 stakeholders ligados à ciência básica e clínica, à indústria, a organizações sem fins lucrativos e representantes de pacientes de toda a Europa.